21/11/2006

Surrealismo & Fotografia


A Cup of Tea
A Cup of Tea, de Ivan Kap, Itália. Nikon Coolpix 8800.

Surrealismo
Surrealismo, de Vicente Santander, Chile. Panasonic Lumix DMC-FZ10.

A Bit of Surrealism

A Bit of Surrealism, de Monika Brand, Alemanha. Nikon F100.

Nu au Collier
Nu au Collier, de Pascal Renoux, França. Sony DSC R1

18/08/2006

d i c o t ô m i c a




Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio. Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca. Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste. Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante. Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento. Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço, Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada. Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito. E que o teu silêncio me fale cada vez mais. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba e que ninguém a tente complicar, porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer. Porque metade de mim é a plateia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada. Porque metade de mim é amor e a outra metade, também.



Metade, Oswaldo Montenegro



Porque metade de mim é amor e a outra metade, também.
Frida Kahlo - Las Dos Fridas

15/03/2006

Hoje de madrugada cutuquei a ferida, o que não foi uma boa idéia. Tirando a casquinha, ela sempre vai sangrar. Mesmo que não crie calo, pelo menos uma pele fina vai nascer. Com o tempo - espero - o calo se forme.