meia-lebre
Estou em semi-férias, semi-descansando. Com um pé na salmoura, outro no tênis de corrida. Minha cabeça anda semi-inconsciente e minhas orelhas leporinas deram um nó. Se ando pensando pela metade, escrevo só meias-palavras e digo meias-verdades. Contribui para isso meu pular-por-aí: vou pulando por aí, pulando, pulando, pulando, longe do computador. Lembra da minha proposta de ser mais cirenaísta? Poisé, estive longe dela, preciso voltar o quanto antes, sob a pena de tornar-me uma louca furiosa (como diria Alice) - enquanto sou apenas doida, está bom. Deixo um rastro de músicas e obras surrealistas e, quando as pernas permitirem, escrevo algo meu, semi-interessante.
27/06/2003
26/06/2003
Ei, pintassilgo
Oi, pintaroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chapim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
(Passaredo, Chico Buarque de Holanda & Francis Hime)
Pleasure - Renee Magritte
Oi, pintaroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chapim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
(Passaredo, Chico Buarque de Holanda & Francis Hime)
Pleasure - Renee Magritte
23/06/2003
Se você quiser, eu danço com você no pó da estrada
Pó, poeira
Ventania
Se você soltar o pé na estrada
Pó, poeira
Eu danço com você o que você dançar.
Se você deixar o sol bater nos seus cabelos verdes
Sol, sereno
Ouro e prata
Sai e vem comigo
Sol, semente
Madrugada
Eu vivo em qualquer parte do seu coração.
Se você quiser, eu danço com você - meu nome é nuvem
Pó, poiera
Movimento
O meu nome é nuvem
Ventania
Cor de vento
Eu vivo em qualquer parte do seu coração,
Se você deixar o coração bater sem medo.
(Se Você Quiser Eu Danço Com Você, Lô borges)
(Spirit, Anya Nadal)
Pó, poeira
Ventania
Se você soltar o pé na estrada
Pó, poeira
Eu danço com você o que você dançar.
Se você deixar o sol bater nos seus cabelos verdes
Sol, sereno
Ouro e prata
Sai e vem comigo
Sol, semente
Madrugada
Eu vivo em qualquer parte do seu coração.
Se você quiser, eu danço com você - meu nome é nuvem
Pó, poiera
Movimento
O meu nome é nuvem
Ventania
Cor de vento
Eu vivo em qualquer parte do seu coração,
Se você deixar o coração bater sem medo.
(Se Você Quiser Eu Danço Com Você, Lô borges)
(Spirit, Anya Nadal)
PULO AQUI, PULO ACOLÁ
LÁ VEM A LEBRE
PARA VER O QUE QUE HÁ.
SAIU DO SARGAÇO
TOMOU A COSTEIRA
CORREU SEM CANSAÇO
SORRIU SEM DEMORA
PR'O POVO DA AREIA
DIZENDO 'SIMBÓRA'
CORAÇÃO NA GÜELA
TOMOU UM CHAZINHO
DE SIRIGÜELA
CANSADA DA VINDA
ENTROU NO SEU BLOGUE
PRA FALAR DA VIDA.
10/06/2003
Vi, nos olhos do gato, a sua ira.
Crispadas,
suas mãos promoviam o paradoxo do afago.
Retesados, os músculos do felino
pronto para a fuga
denunciavam seu ânimo.
Como o bicho, submeti-me às suas garras,
submisso que sou, por livre vontade,
para meu gozo perigoso, aos seus desejos.
Vejo o seu sorriso vitorioso.
Compraz-me saber que, derrotado,
terei em troca o prazer:
prêmio de consolação,
mais valioso que o do orgulho da vitória.
Prefiro o seu carinho à glória e o seu amuo.
Rendo-me e rio,
um riso íntimo e silencioso
que a expressão não denuncie.
(Rendição, Fred Matos)
Crispadas,
suas mãos promoviam o paradoxo do afago.
Retesados, os músculos do felino
pronto para a fuga
denunciavam seu ânimo.
Como o bicho, submeti-me às suas garras,
submisso que sou, por livre vontade,
para meu gozo perigoso, aos seus desejos.
Vejo o seu sorriso vitorioso.
Compraz-me saber que, derrotado,
terei em troca o prazer:
prêmio de consolação,
mais valioso que o do orgulho da vitória.
Prefiro o seu carinho à glória e o seu amuo.
Rendo-me e rio,
um riso íntimo e silencioso
que a expressão não denuncie.
(Rendição, Fred Matos)
(In the Cat's Mouth, Pangorda)
04/06/2003
últimas:
§ Querem ver como é esta Lebre que vos fala? Tem homenagem ao Surrealismo dos Atos no blog do Linguado, com direito a foto minha e tudo;
§ Vejam o que o meu psyco favorito andou aprontando com o Surrealismo dos Atos.
§ Linkou o Surrealismo: Le Place Absurdo.
§ Querem ver como é esta Lebre que vos fala? Tem homenagem ao Surrealismo dos Atos no blog do Linguado, com direito a foto minha e tudo;
§ Vejam o que o meu psyco favorito andou aprontando com o Surrealismo dos Atos.
§ Linkou o Surrealismo: Le Place Absurdo.
03/06/2003
Esse vai para meu caro Observador, que me lembrou o quanto gosto desta música:
Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela é bonita
Tem um olho sempre a boiar
E outro que agita
Tem um olho que não está
Meus olhares evita
E outro olho a me arregalar
Sua pepita
A metade do seu olhar
Está chamando pra luta, aflita
E metade quer madrugar
Na bodeguita
Se seus olhos eu for cantar
Um seu olho me atura
E outro olho vai desmanchar
Toda a pintura
Ela pode rodopiar
E mudar de figura
A paloma do seu mirar
Virar miúra
É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro
Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela acredita
Tem um olho a pestanejar
E outro me fita
Suas pernas vão me enroscar
Num balé esquisito
Seus dois olhos vão se encontrar
No infinito
Amo tanto e de tanto amar
Em Manágua temos um chico
Já pensamos em nos casar
Em Porto Rico
(Tanto Amar, Chico Buarque de Holanda)
Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela é bonita
Tem um olho sempre a boiar
E outro que agita
Tem um olho que não está
Meus olhares evita
E outro olho a me arregalar
Sua pepita
A metade do seu olhar
Está chamando pra luta, aflita
E metade quer madrugar
Na bodeguita
Se seus olhos eu for cantar
Um seu olho me atura
E outro olho vai desmanchar
Toda a pintura
Ela pode rodopiar
E mudar de figura
A paloma do seu mirar
Virar miúra
É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro
Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela acredita
Tem um olho a pestanejar
E outro me fita
Suas pernas vão me enroscar
Num balé esquisito
Seus dois olhos vão se encontrar
No infinito
Amo tanto e de tanto amar
Em Manágua temos um chico
Já pensamos em nos casar
Em Porto Rico
(Tanto Amar, Chico Buarque de Holanda)
(Galatea, Salvador Dalí)
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