31/10/2002

Há cem anos nascia um filho da cidade de Itabira do Mato Dentro, que viria a ser ilustre escritor mineiro. Sua obra colocou uma pedra enigmática no meio do caminho da literatura brasileira, em balanço entre a antipoesia e uma atitude reflexiva diante da "máquina do mundo".
(Ele não pode comemorar seus cem anos, mas nós vamos por aqui, dançando a Quadrilha, in memorian:)

João amava Teresa,
que amava Raimundo,
que amava Maria,
que amava Joaquim,
que amava Lili,
que não amava ninguém.

João foi para o Estados Unidos,
Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre,
Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se
e Lili casou com J. Pinto Fernandes,
que não tinha entrado na história.
Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, beneficiam-se com a sua presteza austera.
Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.


Trecho de Perde o gato, de Carlos Drummond de Andrade





30/10/2002

Não sou de criticar, mas não vou resistir a falar do circo Academia.
Nada é mais chinfrim no meu conceito que a ABL, admitindo o falso mago Paulo Coelho. Literatura crasse A, cerimônia cheia de pompa, onde devem ter servido pão com salame e café frio... Aprausos pra eles.
Argumento:Tem quem compre no mundo inteiro.

...
Gripe é fueda.

DescomprimindoMiolos:

"A indecência pode ser normal, saudável.
Na verdade, um pouco de indecência é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.

E um pouco de putaria pode ser normal, saudável.
Na verdade, um pouco de putaria é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.

Mesmo a sodomia pode ser normal, saudável,
desde que haja troca de sentimento verdadeiro.

Mas se alguma delas for para o cérebro, aí se torna perniciosa:
a indecência no cérebro se torna obscena, viciosa,
a putaria no cérebro se torna sifilítica
e a sodomia no cérebro se torna uma missão,
tudo vício, missão, insanamente mórbido.

Do mesmo modo, a castidade na hora própria é normal e bonita.
Mas a castidade no cérebro é vício, perversão.
E a rígida supressão de toda e qualquer indecência, putaria e relações assim
leva direto a furiosa insanidade.
E a quinta geração de puritanos, se não for obscenamente depravada,
é idiota.
Por isso, você tem de escolher."

(D. H. Lawrence, "A Indecência Pode Ser Saudável")

29/10/2002

Apuração:
Lula (PT): 52.793.364 votos (61,27%)
Serra (PSDB): 33.370.739 votos (38,73%)
Brancos: 1.727.760 votos
Nulos: 3.772.138 votos
Total: 91.664.001 votos

O novo presidente da república:



(Programa de Governo)

Nota:

Ele recuperou o sentido da união política, cosendo paixão ideológica às expectativas do eleitorado.
Mas, para governar, vai precisar unir a fé da utopia com a eficiência da técnica - e é aí que entra meu medo...
(Um pequeno avanço, pelo menos, ele já conseguiu: aumentou minha cidadania.)

26/10/2002

- E se eu tomar cafeína pura?
E se eu colocar nos pés um par de tênis e sair correndo, até chegar em Ubatuba?
Não...
- E se você calar a boca?
- É... Vamos boiar e ver onde a maré quer ir, então.

hahaha, só rindo... chega, vai. é surreal, mas também não vamos exagerar...
meus posts estão ficando muito medíocres. infelizmente, tenho de adimitir que apenas refletem a atual mediocridade interior desta que vos escreve. vou dar um tempo de postar.
ou não.
Inferno.
Não há animação que resista a uma densa chuva de verão e à escuridão vermelha de uma sala de revelação - a mistura friozinho + aula de fotografia me smorfinhou...
Entretanto, minhas intensões amebóides logo se renderam à insistência da Triônica Formiga Atômica e fomos, belíssimas, tomar um gorozinho pós facu num novo barzinho (perdi o debate - alguém poderia me contar como foi (por favor, sem matizar), de preferência ainda hoje?).
Chego em casa e pow! Insônia.
Mas nada que um pocket philosopher não ajude a fazer render em horas de agradável coca-cola. Se continuarmos assim, vamos ter que aprender a jogar gamão. Stilnox neles!...

...

Bege demais. Morno demais. Andante demais. E tem uma cal secando meu suco, que eu não consigo descobrir de onde vem.
Tá faltando alguma coisa.

24/10/2002

Hoje é dia de chibata nas costas no mundo acadêmico, com 2 trabalhos de antropologia e uma provinha 'básica' de epistemologia. Nem toquei nos trabalhos, estou gastando todo meu atp com a prova. Portanto, apesar da enorme vontade de fugir tresloucada pelo mundo em repúdio à David Hume (vê-se que hoje não estou com tanto atp assim...), vou tapar o nariz e mergulhar no ceticismo, empirismo e tals.

Nota: agradeço ao simpático pocket philosopher, que muito auxiliou em meu desenvolvimento metafísico, emprestando o Sumário do Tratado da Natureza Humana. Se algum dia precisar de algo, tamos aí, Alex (é outro, viu Alex? Não é o senhor, é outro - antes que pergunte). Bah, deixa eu ir estudar...

23/10/2002

Tem gente nova no país das maravilhas: a Dea tá di blogutcho novo! Confiram notícias alemãs fresquinhas - e as "meias multicolor modelo luva" (minha parte preferida!)...
Creio que a preguiça dobre a criatividade, devido à característica nefelibata do sibarismo...
Soma o grogue do sono com a incapacidade de pegar o carro e ir pro banco, pagar conta...
Não falta vontade de chutar tudo pro espaço e ir pra o espaço, também...

...

Três pontinhos é o must do saco cheio, o point break do hedonismo...
Agora chega...
Té mais...
... ... ... ... ...



Rob Gonsalves, Making Waves

11/10/2002

Gato Incomoda a Quem?

Inde... pendencia alguma
ir e vir em mundo-espaço-livre.
Incomodo dominadores
intrigo desconfiados.
Vou quando quero,
fico quando vou.
Sou quando quero, sei o que quero.
No desejo venho
em silencio, te observo.
Minha contemplação... preguiça?
Meu enigma... falsidade?
Quantas farsas suas, tantos medos,
espelhas em meus pelos
enquanto me alongo e pulo
pra fora do seu domínio!
Controlador, indeciso,
medroso, covarde.
Homo prepotente com cheiro de rato!

Angela Schnoor


(From the Cheshire Cat to you. Magnificent...)


Feel my heart with song, and let me sing forever more... Ná, nánánánáá, nánánánááá, náná nánááá...



Marc Chagall, Birthday

10/10/2002

Pessoas: digam 'oi' para Carpe Diem - outra alma perdida no meio do mundo (afinal, só nos conhecemos por causa do falecido).

09/10/2002

Última notícia:

»Tudo bem com o ipezinho da peixinha - foi só um susto.

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Findo o noticiário. Agora, vou me afogar em CorelDraw, tá. Leave me alone.
(mas continua tocando Last of The Mohicans Theme...)
Dou risada, sim... Rio nervosamente, com injeções de adrenalina!
Entenda, é como uma morte esclarecedora. Como o horizonte visto da cordilheira dos Andes.
E agora, notícias.

» Mundo volta a girar de acordo - tudo na santa paz de Buda
» Iniciado o trabalho de CorelDraw - e toooma café
» PRONA dança sua dancinha de "não tem pra ninguém" - paulistanos assinam atestado de loucura
» Novos inquilinos da casa: M., Pati e Senhorita D. - porque o mundo é uma mistura heterogênea de almas
» Algo acontece com o ipezinho da peixinha - maiores notícias no decorrer do dia
» Gripe forte entope até os olhos - amigos são lesados no processo, durante o final de semana
(minhas sinceras desculpas a Van, Lan e afins, assim como a Adrian & Dudu (ainda amo vocês e quero, sim, assistir Sinais...))
» Acaba de aparecer, no telefone, trazendo consigo as cores e o sorriso no meu rosto - cientistas discutem a possibilidade de transmissão de pensamento

» NóTícia de última hora, enviada por Fêfo, correspondente do oriente: Daniel, Hananias, Misael e Azarias ficaram mais fortes e corados, somente comendo legumes e água, do que os outros mancebos do reino babilônico que comiam das iguarias de Nabucodonosor - seriam os trangênicos?

E assim termina mais este noticiário.
Num oferecimento de Don Perignon e Perrier.
Nossa.
Vou dormir, ver se acho a Alice e aquele coelho retardado.
É a melhor coisa que eu posso fazer, até o mundo voltar a girar na rotação adequada...
DE AGORA EM DIANTE, É LEI:

NADA DO QUE FOR DITO AQUI DEVERÁ SER LEVADO A SÉRIO, PORQUE NADA É REAL.

NADA É REAL,

NADA.
múltiplapersonalidade

- Ri. Ri mesmo, sua maluca. Presta atenção no que faz!
- Não tem como não rir...
- Está para ter convulção, cretina!
- ...
- Agora pára e pensa. Sabe o significado da palavra "PARADOXO"??
- ...
- Sabe, imbecil?
- Você não precisa falar assim. A vida é que foi cruel - a culpa não foi minha... Ele ficou doente.
- A culpa foi sua.
- ...
- Tá achando que a vida é um teatro?
- E o que é a vida, senão puro teatro? Fui cuspida nessa peça - nem gosto do roteiro...
- ...
- Ele adoeceu. Amor não cura paixão. Amor não cura nada. A distância sim, cura.
- Sabe o que é um paradoxo? Não foi o que falei?
- Então entendeu que não tive culpa.
- ...
EU SÓ QUERO DORMIR:
TUDO O QUE EU QUERIA ERA
D O R M I R .

Não tenho a meu favor nem a fisiologia...

Merda.

07/10/2002

Em resposta ao comentário de M.Prazin:
O 'ilustre' fica por sua conta - afinal, ainda não realizei se pendo mais para as virtudes ou para as vicissitudes...
Diria, então, que, mais que 'ilustre', sou (tão somente) 'ilustrada'...
Recado para a peixinha:
Se tua estrelinha emplacar no 2º turno, espero que não apague, mas brilhe sem ofuscar.
Bjos da mana.

05/10/2002

múltiplapersonalidade

- E aí?
- E aí o quê?
- Belê?
- Totalmente.
- Então...
- Chega desse papo de "Flor Subjetiva".
- Eu acho muito bom...
- Livre-se dela.
- Mas é só um pedaço de flor, só uma pétala...
- ...
- Tá bom.
- Diz que o vento levou.
- Pode ser...
- Chega de símbolos.
- Já entendi, porra.
Le Chien Andalou El Perro Andaluz O Cão Andaluz



France, 1928. Surréalisme des Luis Buñuel et Salvador Dali.
Première image : un homme affûte son rasoir.
Deuxième image : il tranche l'oeil de sa femme en deux.
Hurlements dans la salle.
S'ensuivent une série de scènes bizarroïdes, absurdes, morbides, truquées avec invention, incompréhensibles. Pour son premier film, Buñuel fait entrer de plain-pied le surréalisme dans cette toute jeune forme d'art qu'est le cinéma, grâce à l'apport scénaristique (si on peut parler de scénario pour qualifier ce délire) de Salvador Dali.


Films recommandés:
§ L'Age d'or (Luis Bunuel, 1930)
§ Le Sang d'un poète (Jean Cocteau, 1930)
§ Spellbound (Alfred Hitchcock, 1945)
§ Orphée (Jean Cocteau,1950)
§ Pink Floyd : The Wall (Alan Parker, 1982)
§ Fight Club (Fincher, 1999)
§ The Cell (Tarsem Singh, 2000)


Decidement, Luc Besson respire mal à la surface de la terre!
Nota da editora:

ACABOU!
NÃO VOU MAIS REPETIR POST.

Quarta-feira, Setembro02 , 2002

Fêfo, meu fôfo,
O nome da raça é Clydesdale.



ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:45:02 PM
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Terça-feira, Outubro 01, 2002

"Termino essa minha vida exausto de viver, mas querendo ainda mais vida, mais amor, mais travessura.
A você que fica aí inútil, vivendo essa vida insossa, só digo: Coragem!
Mais vale errar se arrebentando, do que preparar-se para nada. O único clamor da vida é por mais vida bem vivida.
Essa é, aqui e agora, a nossa parte.
Depois seremos matéria cósmica.
Apagados, minerais. Para sempre mortos"


Darcy Ribeiro, 1922-1997

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:28:03 AM
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Sábado, Setembro 28, 2002

Pode parecer pouco, mas um acontecimento deste mês, ocorrido na famosa festa 'Giovanna', dos estudantes da faculdade FGV, São Paulo, somado às discussões sobre o racismo e outros preconceitos, durante as aulas de sociologia, fizeram com que pensasse muito na situação social da mulher. Comparando a colocação de um nosso colega de classe, que lembrou a todos que nunca saberemos o que é o preconceito racial sentido na pele (que ele sofre por ser negro), fico imaginando que, muito mais sutil é o terrível preconceito sofrido pelas mulheres - e que nunca é discutido. Um preconceito que vem de muitas gerações, e que foi tão abafado, repressor e imperativo, que a grande maioria das mulheres, ainda hoje - mesmo depois de tantas "vitórias" feministas - nem percebem que são reprimidas e desconsideradas, tão acostumadas a esta situação que estão...

Para finalizar o pensamento (uma vez que tal idéia já me causa muita dor de cabeça e indignação), fecho com o dito de Fritjof Capra, em seu livro Sabedoria Incomum (1988), onde relata, com entusiasmo, o que representa o feminismo para a desconstrução do patriarcado e o poder liberador da consciência feminista. O físico descobriu que a libertação das mulheres seria também a dos homens:

“Passei a reconhecer o importante papel do feminismo como uma das grandes forças de transformação cultural e o movimento de mulheres como um catalisador na covalência de vários movimentos sociais...”

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:25:52 AM
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Sexta-feira, Setembro 27, 2002
Então a vida é um jogo?
Quem está jogando?
É a sua vez ou a minha?
Temos direito àquele intervalinho maroto para tomar chá e comer biscoito?
Sim, pois é o biscoito a melhor parte...
Prefere o bolinho?
Sia-vuma - chá com bolinho.
O bom deste jogo é poder escolher o doce, a temperatura do chá, o lugar na mesa...
...Enfim: onde foram parar as regras?
Sim, porque, sem regras, não poderemos definir como sendo um 'jogo'.
E tendo visto que eu não sigo regras,
Como poderia eu jogar, de qualquer maneira?
Melhor, então, é partir para o biscoito!

E chá de maçãs, por obséquio,
Que o Gato Listrado não joga, mas escolhe o chá de sua preferência...

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E se jogássemos um jogo - coisa que não é
A vitória seria, então, de todos.
- e existem os que acreditam na impossibilidade da vitória.
Choram do alto do pódio, cegos que são...
Comamos, portanto, o biscoito.
O quanto durar o doce, tanto durará o prazer da vitória.
Prefere bolinho?
Que seja, bolinho...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:30:17 AM

Sexta-feira, Setembro 27, 2002


BeAtriz


Olha

Será que ela é moça

Será que ela é triste

Será que é o contrário

Será que é pintura

O rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu

Se ela acredita que é outro país

E se ela só decora o seu papel

E se eu pudesse entrar na sua vida


Olha

Será que é de louça

Será que é de éter

Será que é loucura

Será que é cenário

A casa da atriz

Se ela mora num arranha-céu

E se as paredes são feitas de giz

E se ela chora num quarto de hotel

E se eu pudesse entrar na sua vida


Olha

Será que é uma estrela

Será que é mentira

Será que é comédia

Será que é divina

A vida da atriz

Se ela um dia despencar do céu

E se os pagantes exigirem bis

E se um arcanjo passar o chapéu

E se eu pudesse entrar na sua vida


Chico Buarque de Holanda


ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:02:58 AM

Sexta-feira, Setembro 27, 2002
I N S O M N I A
ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:01:13 AM
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Domingo, Setembro 22, 2002

Vai-se tornando o tempo
estranhamente longo
à medida que se encurta.
O que antes disparava,
desbordado alazão,
hoje se paralisa
em esfinge de mármore...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:49:57 PM

Domingo, Setembro 22, 2002
Tratado da Maravilhosa Inconstância Humana
(Exaltação ao Escapismo)


(Dedicado à Kel, baseado em nossas divagações vespertinas)

Renovar é necessário, ainda que dentro de um mesmo contexto - o ser humano é muito inconstante para ater-se a um único conceito.
Por que dizer ser fatídico a todos tornarem-se obsoletos, depois de um certo tempo, se a única coisa que muda, em realidade, é a nossa própria perspectiva do outro? O conceito do belo é criação nossa, está dentro de todos e varia de indivíduo para indivíduo. O que nos torna iguais, com o passar do tempo, é, portanto, o cansaço causado por observar sempre a mesma imagem idealizada e construida por nós mesmos. Muitos nem ao menos desconfiam que tal imagem nada condiz com a realidade da vida no outro.
Fato é a inexistência de alguém 100% contemplativo e desapegado das tais imagens ilusórias, que possa conviver por toda uma vida sem a pretenção de julgar o outro como sendo óbvio e incapaz de mudança, passados alguns anos.
O prazer que nos traz a admiração pela imagem ilusória é efêmero. Mas o que seria melhor: viver o efêmero ou evitá-lo e, possivelmente, não sentir mais tal prazer, inerente ao ser humano?
A pergunta já induz à resposta: procuramos pelo prazer do efêmero - e assim deve continuar. O que incomoda a grande maioria é a frustração, causada pelo fim da ilusão. E de onde vem esta frustração, se não da incapacidade de perceber a efemeridade?
A procura pelo prazer é humana, mas não a frustração. Esta ocorre pela incompreensão do processo ilusório. Entender a efemeridade e esperar por ela torna a frustração tão arbitrária quanto as demais escolhas da vida.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:46:16 PM

Domingo, Setembro 22, 2002
Essa vai, de última hora, para o Fernando e suas dúvidas (sobre descobrir que pasta de dentes eu uso, me ver de boca aberta e cabeça no travesseiro, comendo macarrão, ou ao menos falando assim: "puts Fê, esse tenis está me apertando..." - adorei seu 'realismo'):

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida -ninguém, exceto tu, só tu.

Existem, por certo, atalhos sem-número, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias.

Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o."

Friedrich Nietzsche

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:38:45 AM

Domingo, Setembro 22, 2002

Meu caro Alex,

Passaste muito tempo longe, desta vez. Como vai o livro? E tua mãe, como está?
Com certeza, temos muito que conversar. Não te olvides de tudo o que já te disse, acerca da minha estima por tua história pessoal - acretite: não estás só.
Contudo, devo esclarecer-te quanto às minhas colocações passadas, com vista ao julgamento obnóxio que fizeste desta tua amiga: minha zanga nada tinha a ver contigo. E não me incomodo com as várias interpretações possíveis deste b log, não senhor. Em realidade, acredito ser esta a graça dos meus escritos: as infinitas possibilidades conceituais. A liberdade conjetural que imprime nos leitores. As emoções que causa em muitos... De mais a mais, tal subjetividade não te explica o título do site?
E as mot savants auxiliam o processo, bem sabes - além do fato da curiosidade ter servido de motor de arranque para muitos, dentre o público legente, instigando a fome de conhecimento...
Que bom, não é mesmo? Possíveis leitores para teus rebuscados livros, dos quais tanto gosto. Deverias agradecer-me...

Um beijo enorme,

Cris



Dalí - Gala nua enquanto observa o mar, que a uma distância de 18 metros se transforma no retrato de Abraham Lincoln, 1976

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:39:01 AM
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Sábado, Setembro 21, 2002

Somem as orelhas, somem as patas, a cauda, o corpo.
Do gato listrado resta apenas o sorriso.
Enquanto isso, o coelho corre, corre, corre...

Deve ser triste, este coelho.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:17:33 M

Sábado, Setembro 21, 2002
As cortinas fecham, mas a maquiagem permanece.
Enquanto tiver quem cante.
"Uma pirueta, duas piruetas... Bravo! Bravo!..."

E sempre tem uma melodia obsedante, ricocheteando nas paredes, em forma de ecos, vinda de suspiros, murmúrios, silêncios...
ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:14:38 AM
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Quinta-feira, Setembro 19, 2002

VIDA SUBMERSA

-Ora, ora... Que bons ventos a trazem?
-Ventania.
-Está muito bonita, hoje!
-Pura porcelana, branca e fria.
-E como vai tudo?
-Do nada ao nada e de qualquer coisa à coisa nenhuma - comendo núvem e bebendo sangria...

...

Corre, Psiquê, que o Cérbero está solto...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:26:55 AM

Quinta-feira, Setembro 19, 2002

Seus baobás purpúreos são lindos, realmente - deram um tom de ocaso ao b log.
Beijos e disponha sempre, ma chérie.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:22:02 AM
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Segunda-feira, Setembro 16, 2002

Caco, só pra lembrar:
O ESCORPIÃO DE JADE JÁ SAIU DE CARTAZ, VIU?
E agora, José? Goiânia é longe pacas... rs

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:26:40 AM
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Sábado, Setembro 14, 2002



Dalí - Poesi d'Amerique, 1943
ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:09:33 PM
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Sexta-feira, Setembro 13, 2002

EU
AMO
TODOS
VOCÊS!!



ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:22:57 PM

Sexta-feira, Setembro 13, 2002

Lindo dia cinzento. Combina com minha pele...
Achei que iria acordar de mau humor hoje. Que nada. Estou bem melhor - o que me leva a crer que estive sendo vítima de TPM...
Bom humor vai, bom humor vem... Eis que me deparo com um furdúncio generalizado, proveniente da parte acadêmica de minha vida. É um pagadagadá, uma troca incessante de docinhos... Cheguei a dizer, para algum dentre eles, que temia uma hecatombe como resultante de tanta intriguinha. Disse a outros que assim é a intersubjetividade - não tem como ser só rosas (bem e mal? O que foi bom ou mal? Discussões e até os docinhos fazem parte da vida, tanto quanto a boa parte da coisa toda.) Enfim, não me senti só na minha maré de ranzinzice. Hoje, o dia não está pra peixe. Amanhã, ele pode voltar com um sol infernal, jogando cores pra todo lado.
E isso, meus amigos, vai ser igualmente belo (apesar de eu, particularmente, odiar o sol). A graça da vida está em ver a graça da vida. Nothing more, nothing less.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:04:01 PM

Sexta-feira, Setembro 13, 2002

Ai, ai... :o)

Sinto-me bem melhor depois das últimas colocações.
E, como podem ver, estou com insônia, novamente.

Portanto, cuidado comigo amanhã, pessoas. Mal humor à vista, von neuem...
Um beijinho bem gostosinho nas bochechinhas de todos vocês, e boa noite. Durmam com os anjinhos (ou diabinhos, as you wish).

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:22:46 AM

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Quinta-feira, Setembro 12, 2002


Magritte

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:39:18 AM
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Quarta-feira, Setembro 11, 2002

Sua última crônica está enigmática e intensa. Pena não ter colocado no seu b log...
Escreva sempre - e entre no chat, pois já sinto saudades dos seus devaneios, chérie.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 12:35:20 AM
Domingo, Setembro 08, 2002

Não quero nada com a vida, tamanha é a tristeza que veio da feijoada da Lan - tristeza que se acoplou na minha neuroglia como uma meia ne nylon num pé gelado. Aquela sensação de alma prestes a despregar do corpo...

NE FE LI BA TA


Dalí - Sleep


ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 8:53: PM

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Terça-feira, Setembro 03, 2002

Ars longa, vita brevis...




(Audrey Hepburn encontra Dean Martin e Jerry Lewis em seu camarim, na Paramount - foto de Bob Willoughby)


ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:34:29 AM
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Domingo, Setembro 01, 2002

Menina que saiu do lago
Nunca volta para o lugar de onde veio
Coração rodando sem rumo
Cabeça ventando, sem freio



Pollock - Guardians of the Secret

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:51:12 PM
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Sábado, Agosto 31, 2002

Apesar da insônia terrível de ontem (ingressei no mundo de Alice apenas às 7 da matina), ainda me sobram forças para escrever aqui e em outras paradas...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:45:11 PM

Sábado, Agosto 31, 2002

Acho que descobri o que faltava.
Hoje, o dia amanheceu num lindo tom de lavanda (acompanhei o processo da janela do quarto...)

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:42:31 PM

Sábado, Agosto 31, 2002

Extra, extra:

Previsão do tempo no âmbito geral: semana de teste em algumas áreas fora do habitual. Vamos ver no que dá tudo isso - até agora, nebulosidade. Com tendência a pancadas de chuva. Temperatura... morna. Morno. Tudo morno. Morno mesmo. E morno é chato....
Boas Notícias: menos tempo no delírio, mais tempo no cotidiano mundo capitalista (eu não faria esta cara se fosse você... Para mim, isso é progresso a nível anímico.).
Más Notícias: uma multa de trânsito e uma pancada proposital, causada por um selvagem metido a condutor de carro automóvel...

...

E este foi o noticiário da semana. Num oferecimento de sabonete Espírito de Flores e Caol.

...

Esta coisa PB que está sendo a minha vida, nos últimos tempos, me enfada. Sinto falta de alguma coisa... Não sei o que pode ser esta coisa.

Cara...

Eu preciso descobrir o que é isso.

Está faltando alguma coisa...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:47:33 AM
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Segunda-feira, Agosto 26, 2002


Dalí - Femme à tete de roses

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇOS | 5:00: PM
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Domingo, Agosto 25, 2002

E antes que cometa outra falta: Deny, aí vai sua homenagem.

Se alguém bater um dia à tua porta,
Dizendo que é um emissário meu,
Não acredites, nem que seja eu;
Que o meu vaidoso orgulho não comporta
Bater sequer à porta irreal do céu.

Mas se, naturalmente, e sem ouvir
Alguém bater, fores a porta abrir
E encontrares alguém como que à espera
De ousar bater, medita um pouco. Esse era
Meu emissário e eu e o que comporta
O meu orgulho do que desespera.
Abre a quem não bater à tua porta!


Fernando Pessoa, 5-9-1934.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:42:16 AM

Domingo, Agosto 25, 2002

Ahoy, amigos. Aqui me tendes de regresso.
E, se cá estou, é quase que por dó; para deixar de lado o cirenaísmo deste sábado e cobrir com petit-pois de vida este blog, que está mais morto que vivo (Aristipo* que me perdoe pelo desdém)...
À parte a parte hedonista do dia, parto para as boas:

»Tem blog novo no ar - Luck e seu estilo beatnick.
»Falando em beatnick: tem quem acredite que me enquadro no estilo. Estou analisando seu ponto, chérie...
»E por falar em estilo: tem quem me compare com Augusto dos Anjos, também - louvável comparação. Serei eu tão contundente e lúgubre quanto o poeta? Rebuscada? Sometimes, perhaps... Sem dúvida, um pouco da poética filosófico-cientícica, mas longe de esbanjar conhecimento - sei o meu lugar...
»Anyway... Hoje foi dia de epistemologia e filosofia (maravilha). Amanhã, trabalhinho de Power Point (irk!)... É, caros colegas leitores... Não vou mais ter tanto tempo para os estudos, a partir de segunda-feira.


*Quer saber mais sobre Aristipo de Cirene e filosofia? Clique aqui.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 12:19:22 AM
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Quinta-feira, Agosto 22, 2002

Se for para escrever currente calamo, eu prefiro passar. Portanto, hoje, só amanhã.



Dalí - Les Montres Molles au Moment de sa Premiere Explosion

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:09:09 AM
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Quarta-feira, Agosto 21, 2002

A Care Brasil está em período de contratação. Taí um lugar no qual me seria realmente prazeroso trabalhar; vou enviar meu curriculum vitae.
...
Por falar em curriculum vitae, finalmente o Leo chegou em alguma conclusão com o pessoal. Amanhã vamos conversar sobre uma possível "parceria" (já que este CIEE parece atrapalhar mais do que resolver...).
...
Mudando de assunto: que bom é conversar com os outros lunáticos... Luciano, obrigada pelo elogio e pela comparação - será que é para tanto? Vou informar-me mais acerca do estilo, você me cobriu de curiosidade com suas espirituosas colocações.
...
Hoje estou PÉSSIMA para escrever, não reparem... Mas se quiserem saber sobre determinismo biológico e geográfico, assim como a teoria de Kroeber, que venga - nisso estou craque...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:55:26 PM
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Quarta-feira, Agosto 21, 2002

Aliás, olha a ironia:



Você é "O ódio" de Mathieu Kassovitz.
Você é inconformado(a), revoltado(a). Vive se metendo em brigas, mas tem muita atitude.

Faça você também Que filme é você?

É de chorar de rir, realmente. Coisas do momento.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:53:12 AM

Quarta-feira, Agosto 21, 2002

São 2h20 da madrugada. Sabe lá o que é isso??
O Alê acabou de ligar - tivemos uma longa conversa.
Não entrarei em detalhes; não só pelo avançado da hora, mas também porque minha cabeça deu um spin com tanta informação. Quero babar linda no meu travesseiro, depois dessa. Tudo menos insônia, que maravilha.........
(...)
Só uma última colocação agora, quanto a algo que fuzilou minha percepção de mundo imediato (repetindo o que acabei de dizer ao Fernando): às vezes, eu sinto nitidamente que estou no lugar errado, na época errada, cercada das pessoas erradas, pelos motivos errados, embrulhada em ética FURADA.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:20:16 AM

Quarta-feira, Agosto 21, 2002

Este seu "sempre que for possível" está me parecendo IMPOSSÍVEL, mon petit...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:16:26 AM

Quarta-feira, Agosto 21, 2002

Oficina de escrita criativa. Que tal?
Essa PUC é uma $#@"!?!%#&£§.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:37:55 AM

04/10/2002


Segunda-feira, Agosto 19, 2002

Hoje vou desempoar minha filosofia para as aulas de Epistemologia, que já está na hora (apesar de que hoje estou tão prolixa, que nem eu mesma estou me entendendo).
...
Por falar em crase, meu corpo está longe disso neste começo de semana - talvez pelo excesso de humores. Estou quase concordando com Galeno, em se falando de humores corporais... Melhor deixar pra lá.
ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:05:10 PM
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Domingo, Agosto 18, 2002

Fui pega de surpresa, aqui...

«CERTO
Tens,
um destino de princesa
uma voz que esclarece
e um certo andar que não se esquece mais

Tens,
a pele tão sedosa
em tudo tão harmoniosa
e um jeito de olhar que não esqueço mais
Tens,
a distância que não preciso
e por isso eu me infernizo
e vivo triste a procurar em qualquer lugar

Tens,
tristeza nos teus olhos
por coisas que eu fiz
e nunca, nunca... conseguirei consertar

Tens,
tudo que eu precisosó que nunca havia visto
e deixei o tempo aos poucos terminar

Tens
me dado horas de saudade
minutos de vazio
e o resto da vida de viver em ficção»

Anônimo

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 8:58:38 PM
Domingo, Agosto 18, 2002

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Anima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .



Lapidar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Minha procura toda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Trama lapidar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O que o coração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Com toda inspiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Achou de nomear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Gritando: alma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Recriar
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Cada momento belo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Já vivido e ir mais
. . . . . . . . . . . . . . . . . . .Atravessar fronteiras do amanhecer
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . E ao entardecer
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Olhar com calma
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Então
Alma, vai além de tudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O que o nosso mundo ousa perceber . . . . . . . . . . . . . . . . .
Casa cheia de coragem, vida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Tira mancha que há no meu ser. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Te quero ver. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Te quero ser. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Alma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .Viajar nessa procura toda
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . De me lapidar
. . . . . . . . . . . . . . . . . Neste momento, agora, de me recriar
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . De me gratificar
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Te busco, alma, eu sei
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Casa aberta
. . . . . . . . . . . . . . . . . Onde mora um mestre, o mago do luz
. . . . . . . . . . . Onde se encontra o templo que inventa a cor
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Animará o amor
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Onde se esquece a paz
Alma, vai além de tudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O que o nosso mundo ousa perceber. . . . . . . . . . . . . . . . . .
Casa cheia de coragem, vida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Todo afeto que há no meu ser. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Te quero ver, te quero ser. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Alma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


. . . . . . . . . . . . . . . .Milton Nascimento . . . . . . . . . . . . . . . . .

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:09:55 PM

Domingo, Agosto 18, 2002

Nunca mais, nunca mais, nunca maaaaaais !....
Nunca mais, nunca mais, nunca maaaaaais !....Essa música colou na minha cabeça e não desprega; tudo lá dentro ecoa esse parte; hipotálamo, núcleo nebuloso, cerebelo...... Tudo perdido, depois de assistir Essa Gostosa Brincadeira a Dois (1974) - com a Vera Ficher ainda moleca - do qual a tal música é trilha sonora.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 6:41:30 PM

Domingo, Agosto 18, 2002
Motivos para ficar metidinha: tem gente boa lendo este meu blog.
»Luciano, espero que 'goste mais vezes'... rs... Volte sempre com seus versos...
»Amiga-irmã-comparsa, esse seu blog está ficando com a sua cara! Precisamos tomar um chocolate quente um dia desses. Suas perguntitas sobre blog serão respondidas logo.
»Carooool, onde andas, minha filha?
Desapareceste de vez pelo mundo? Espero que não tenha se mandado para as terras baixas sem nem falar um 'até mais'...
»Caco, mon chérie, não te engrupi, não... Aquela foto do olho era pouco maior do que aquilo lá, mesmo. Mas adorei nosso cachorro - será que ele vai amar meus gatos? Ele tem que amar os gatos... rs...
E veja que interessante: podemos até chamá-lo de Goober !...


Beijos, & + beijos, & + beijos para todos.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:02:43 PM
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Sábado, Agosto 17, 2002



Maurit Escher - Drawning Hands

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:24:43 PM
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Sexta-feira, Agosto 16, 2002

De tudo que é nego torto,
Do mangue e do cais do porto,
Ela já foi namorada.
O seu corpo é dos errantes,
Dos cegos, dos retirantes;
É de quem não tem mais nada.
Dá-se assim desde menina,
Na garagem, na cantina,
Atrás do tanque, no mato.
É a rainha dos detentos,
Das loucas, dos lazarentos,
Dos moleques do internato.
E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir.
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir:
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é boa pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni


Um dia surgiu, brilhante,
Entre as nuvens, flutuante,
Um enorme zepelim.
Pairou sobre os edifícios,
Abriu dois mil orifícios,
Com dois mil canhões assim.
A cidade, apavorada,
Se quedou paralisada
Pronta prá virar geléia.
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniquidade
Resolvi tudo explodir.
Mas posso evitar o drama
Se aquela formosa dama
Esta noite me servir

Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni


Mas, de fato, logo ela,
Tão coitada e tão singela,
Cativara o forasteiro.
O guerreiro tão vistoso,
Tão temido e poderoso,
Era dela prisioneiro.
Acontece que a donzela
(E isso era segredo dela)
Também tinha seus caprichos.
E, a deitar com homem tão nobre,
Tão cheiroso a brilho e a cobre,
Preferia amar com os bichos.
Ao ouvir tal heresia,
A cidade, em romaria,
Foi beijar a sua mão.
O prefeito de joelhos,
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão:
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni


Foram tantos os pedidos,
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco.
Nesta noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá se ao carrasco.
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira,
Até ficar saciado.
E, nem bem amanhecia,
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado.
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir.
Mas logo raiou o dia
E a cidade, em cantoria,
Não deixou ela dormir:
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é boa pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni


Chico Buarque de Holanda - Geni e o Zepelin

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:37:39 PM
Quinta-Feira, Agosto 15, 2002


Só estou indicando este teste porque, realmente, impressionaram-me os resultados: aí está uma clara descrição de moe (até onde possa a clareza chegar...).

TESTE INTERESSANTE:
clique aqui para fazer o Teste de Empregos


MEUS RESULTADOS:
_______Extrovertida_____________________________
_________________Intuitiva______________________
________________________Emotiva_______________
_______________________________Perspicaz_______
Tudo é possível.
Você usa a inspiração. Prefere trabalhar com um grupo variado de pessoas, com entusiasmo e criatividade. Tem idéias, bola produtos e serviços.Seu trabalho precisa ser desafiador.
Seus pontos fortes:
ȃ criativa.
»Resolve problemas com facilidade.
»Trabalha bem em grupo.
»Sabe combinar seus talentos com as habilidades.
»Persegue interesses.
»Possui um entusiasmo contagiante.Seus pontos fracos:
»Desorganizada;
»Dificuldade em lidar com pequenos detalhes e estabelecer prioridades;
»Não gosta de rotina;
»Pode perder a concentração com facilidade.
Empregos relacionados a você:
»Administração
»Artes Gráficas
»Cinema e Vídeo»Fisioterapia
»Fonoaudiologia
»Jornalismo (reportagem e edição de jornais e revistas)
»Letras
»Música
»Nutrição
»Pedagogia
»Psicologia
»Publicidade e Propaganda»Rádio e TV (apresentação e roteiro)
»Relações Públicas
»Serviço Social

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:11:34 PM
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Terça-feira, Agosto 13, 2002
A insônia pegou pesado esta noite - com o agravo de ter despencado da cama às 8h30 (ainda morro disso).
Esta semana não está muito saudável de modo geral, tendo visto que comecei com o estômago na ponta do pé. Tomei 2 resoluções quanto a isto:
1ª - Vou passar o resto da semana à base de coca-cola;
2ª - Vou mandar queimar o maldito Out Back, salgar seu solo e acusar o maitre de heresia e tentativa de assassínio por intoxicação.

(...)
Na verdade, hoje eu deveria lamber uma poça de lama para sair ganhando.
.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 12:05:21 PM
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Terça-feira, Agosto 13, 2002
Quero trabalhar. Alguém aí está precisando de uma estágiária?
Publicidade, Propaganda, Marketing. Criação, Planejamento, é só pedir...
Sou boa no que me proponho a fazer, vacinada... Antitetânica, antirrábica, antiloxoscélica, antitribu, antiaérea, antítese, anti-anti*...

*Coisa do Caco - aliás, esse menino pegou um feto de b log pra criar, agora.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇOS | 5:31:04 PM ______________________________________________________

Segunda-feira, Agosto 12, 2002

Por outro lado, conviver a todo momento com pessoas tão práticas e pragmáticas me intoxica e eu acabo procurando por iguais, mais lunáticos e delirantes, para poder divagar à vontade - estas pessoas são como uma válvula de escape para mim, trazem um frescor de brisa noturna para minha cabeça.
E eu me perco.




Dalí - Apparition of faces and fruit dish on a beach - 1938

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 6:44:27 PM

Segunda-feira, Agosto 12, 2002

Apesar de ser tão delirante, existem 3 situações que me motivam instantaneamente a voltar à realidade cotidiana:
» criar por criar (foi aí que a Publicidade me cativou);
» a catástrofe ou caos iminente;
» as necessidades de terceiros: se for por uma causa alheia, eu meto as caras.
Caco sugeriu então, no meio do bate-papo, que eu fingisse agir por um amigo, toda vez que tivesse alguma causa própria em jogo. Como?? Não estaria, então, assinando um contrato com a loucura? Se, para viver a rotina como todo ser sobre a Terra, eu precisasse fingir estar agindo para o bem de outro, não seria como criar uma outra personalidade, dentro da minha própria, para só assim poder atuar?
De uma forma ou de outra, aí está o Caco, como bom homem realista, me incentivando a encarar, face the facts: você tem que desenvolver seu lado prático, minha cara. Só a filosofia, sem ação, nada fará por você, de qualquer jeito.

Melhor seria se conseguisse ser pragmática e imediatista mais frequentemente, e apenas vez por outra me deixar abduzir pelas metafísicas.

Mas tenho algo muito claro neste ponto: certos 'defeitos' podem ser essenciais na personalidade de algumas pessoas, de forma que extraí-los seria como retirar uma lata da base de uma pilha delas - causaria o desmoronamento, inevitavelmente. Eu, sem meus devaneios, não seira eu. E nestas horas é que se torna mágico o poder trocar vivências e convivências com as pessoas opostas a nós. Minhas amizades e relacionamentos mais duradouros são, com certeza, aqueles que mantenho com pessoas práticas e, até, pragmáticas - porém desprovidas de muito sonho. Estas sempre me preenchem de algo que não é da minha natureza, e vice versa.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 6:13:51 PM

Segunda-feira, Agosto 12, 2002

Quando fico assim, letárgica, costumo dizer que fui arrebatada pelo inconsciente. É bom para me colocar frente a frente com verdades intrínsecas. Por outro lado, pode ser muito perigoso. Coisas minhas...
Estive devaneando hoje com o Caco, que andou sumido pelo mundo (mas voltou, para aumentar minha felicidade, comunicativa e criativamente). No meio do conversê, disse que gostaria de ser mais consciente. Ele riu, decerto por ser o tipo do cara prático, para o qual a consciência imediata é artigo básico, fácil e natural, que já vem no pacote pessoal.
Acontece que minha carruagem anda num ritmo outro. Tenho uma tendência muito grande ao devaneio, o que vem a ser uma faca de dois gumes: se por um lado faz de mim uma pessoa extremamente criativa (e disso eu tenho consciência), por outro, me afasta da realidade palpável muito mais do que gostaria. Por isso, gosto de ter, perto de mim, pessoas mais realistas e práticas - que me respaldem nesta área desfalcada de minha personalidade, puxem-me para a realidade quando eu começar a me afastar muito da órbita terrestre capitalista. Faço, assim, um escambo: troco sonhos, novidades e criações por verdades, atitudes e contato com o objeto cotidiano.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:09:04 PM

Segunda-feira, Agosto 12, 2002

Quer saber de uma coisa? Acho que minhas contradições ainda vão me levar à loucura...
Será certo formar padrões de pensamentos sobre os acontecimentos da vida? Ela, tantas e tantas vezes, me parece ser algo tão incerto, que minhas filosofias acabam, deliberadamente, caindo em meio ao vão.
Se eu fosse um bicho, hoje seria uma ameba, daquelas que estendem seus pseudópodes para todos os lados, esperando tomar a forma da coruja, do lagarto, da borboleta. Minha cabeça está leve, quase entrando pra dentro dela mesma.

"Ardo na minha contradição,
desabrocho na minha dúvida,
faço da vida um presságio
e da verdade, um pressentimento."

Lya Luft, Histórias do tempo

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:16:40 PM
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Domingo, Agosto 11, 2002

Hoje, tudo a declarar e nada a escrever.





Dalí - Dream caused by a bee flight, 1944

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 8:38:07 PM

Sexta-Feira, Agosto 09, 2002

Agora também com imagens!



ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:00 PM
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Quinta-feira, Agosto 08, 2002

Hegel entende que a consciência de si como desejo de reconhecimento (isso, claro, num sentido muito amplo). Isso significa que, no amor, quando uma pessoa se desdobra em direção à outra, exige que a outra, objeto de seu desejo, também se desdobre - pois amar é desejar o desejo do outro.
Além disso, diria que o amor é um convite para sair de si mesmo, envolvendo a sensação de amplitude e felicidade. Se a pessoa estiver muito centrada nela mesma, não será capaz de ouvir o apelo do outro. É isso que acontece com as crianças, que procuram naturalmente pela pessoa que melhor preencha suas necessidades, e só.
Mas, se na vida adulta este comportamento perdura, passa a ser um impedimento ao encontro verdadeiro. Basta lembrar a lenda de Narciso, que, ao contemplar seu próprio rosto refletido na água, apaixona-se por si mesmo, o que causa sua morte, por esquecer de alimentar-se, de tão envolvido que estava com sua própria imagem, inatingível. O narcisista "morre" na medida em que torna impossível a ligação afetiva com o outro.
E este egoncentrismo, creio eu, persiste na adolescência, enquanto momento de passagem da infância para a vida adulta. Por isso os adolescentes, muitas vezes, não amam propriamente o outro, ser de carne e osso - mas sim o amor.Trata-se do amor idealizado, romântico (do qual eu fujo como da peste), em parte fruto do medo de lançar-se nas contradições da vivência do verdadeiro amor.

Finalizando: o exercício do amor fraterno é a conquista definitiva da maturidade.
.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:31 PM

Quinta-feira, Agosto 08, 2002

Relendo a ultima colocação que fiz, veio-me o questionamento do princípio cartesiano de que o homem é um "ser pensante". Na verdade, não quis inverter a clássica superioridade da razão sobre a paixão.
A paixão não é superior à razão - em realidade, diria que estes dois princípios estão ligados com laços bem apertados. Ambos são importantes para a realização humana: enquanto o desejo mobiliza o homem, a razão age como princípio organizador, que avalia os desejos e busca os meios para sua realização.

Na relação amorosa, o desejo não nos impulsiona apenas a alcançar o outro enquanto objeto. Vai além. O desejo exige a relação em que se busca, acima de tudo, o reconhecimento do outro. O enamorado não deseja se apropriar de uma coisa, e sim capturar a consciêcia do outro. A relação amorosa se baseia na troca, na reciprocidade. Ou seja: desejamos o outro como ser desejante e também consciente.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:08 PM

Quinta-feira, Agosto 08, 2002

Não pude me furtar a pensar no caso de amor da
ontem. As confusões amorosas típicas do bicho-homem me fascinam, ao mesmo tempo que assustam. Nossa conversa, por algum motivo, lembrou-me as longas discussões com o Luciano, pela Internet, sobre este intrincado tema... Que saudade desse moço.
Como pode a vida tornar-se, de repente e num dado espaço de tempo, uma procura, às vezes louca e desenfreada, por este encontro? Diria ser este encontro fugaz - a intersubjetividade (termo filosófico); revelando como verdade fundamental o fato das pessoas tornarem-se, temporariamente, como que um Eros - predominantemente desejo - que desencadeia a procura do outro que completa. (Eros levaria o homem a sair de si para que, na relação com os outros, realize o encontro.)
Então, o homem seria um "ser desejante", devido a esta energia que o impulsiona a agir, a procurar pelo prazer e a alegria que é a conquista do objeto de seus desejos.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:51 PM
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Domingo, Agosto 04, 2002

"Me contradigo?
Pois muito bem, eu me contradigo.
Sou vasto, contenho multidões."
(Walt Whitman)

Fato.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:11 PM

Domingo, Agosto 04, 2002

Inferno...
Não gosto deste blog parecendo um Mangá. Prefiro o passado primeiro. A ordem invertida.
(Aliás, inverter a ordem das coisas é uma atitude muito minha.)

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:01 PM
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Sábado, Agosto 03, 2002

Do surrealismo dos atos

Enquanto seguimos no cotidiano toma-lá-dá-cá, enquanto movimentamo-nos por entre os caminhos à escolha, à maneira contaminada pela fome do simples caminhar - modismo da atualidade - outros olhos nos acompanham. E, portanto, outras mentes. Outros seres. Outros universos paralelos aos nossos. E todos estes olhinhos estabelecem algum contato direto com o universo intrincado de cada um, como é do agrado geral, é claro. É de nossa natureza. Comunicativos e sociais. O que acontece depois, entretanto, nada tem de lógico. Vem a seguir o descambo cognitivo.

Infelizmente, nossos atos são rudes e a percepção, grotesca. O que não é de se admirar, vindo de entidades multifacetadas e complexas, que tentam expressar suas enormidades através de cinco míseros sentidos. O caos comunicativo que isto gera, nada tem de animador em termos práticos. Quantas palavras são necessárias, quantos gestos, para que façamo-nos reconhecer uns aos outros? A resposta à esta pergunta complica ainda mais a situação dos objetificadores: infinitos. Faltam palavras, não existem gestos suficientes, nem tempo que baste para tanto. E acreditem: o comum é que estas mesmas almas abrangentes creiam saber o conteúdo de todos os outros, baseados nos seus próprios. Ignorantes da massa inconsciente que os rodeia. Das proporções assustadoras que não sabem medir, por não possuírem métrica compatível. Do omnium gatherum de experiências e meandros e devaneios que representam cada um daqueles olhinhos. E vamos seguindo aos chutes e mergulhos no vazio de questões que nada dizem, conclusões inconclusivas e verdades enganosas. E isso pasma. E frustra. E mete medo. Tamanha é a cegueira para com o tamanho do outro.

Pobres deuses cegos, surdos e mudos - somos o que somos. Presos em nossos corpos débeis e incompletos, desprovidos de olhos, ouvido e bocas mentais. São crianças sem pais, alunos de professores indignos de ensinar o incompreensível. Que fazer então, enquanto prisioneiros de celas ósseas, sanguíneas, hormonais e nervosas?

A resposta varia para cada indivíduo, mas o grande truque pode ser mais simples do que qualquer metafísica rebuscada. Cabe a todos buscarmos a separação dos fatos: o que sou eu, sou eu. O que é você, você. E aprendermos, então, a apreciar a imensidão da paisagem humana. Por mais ambígua e misteriosa que possa nos parecer. Sem medo. Sem regra. Sem aprisionamento de espírito - nem do seu, nem do outro.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:24 PM
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Sexta-Feira, Agosto 02, 2002

Sofismas estabilizados merecem ser destronados, extirpados, queimados e enterrados, pois não passam de ameaças estáveis para a verdadeira nobreza do pensamento e ação.
E não consigo deixar de reparar, por nem um momento sequer, o quanto nossa sociedade, de maneira geral, é baseada neles, lastimavelmente.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:43 PM

Sexta-Feira, Agosto 02, 2002

C R I A Ç Ã O

Despertador. Sono. Banho. Telefone. Preguiça. Problemas. E-mails. Chá Mate. Um miado. Este B log.


ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:39 PM