SURREALISMO VIVO I
Agradeço:
§ Eduardo Dutra, pelo poema Sonho:
Céu
Safira celeste
Abóbada mecânica
Sol ouro incandescente
Lua, gelo de prata iluminada
O ar agitado como as marés
Campo
Carpete verde
Esmeralda
As árvores Isoladas
Marrons e verdes
Vítreas, resplandecentes
As frutas de ágata
O gosto de um êxtase
Adormecido na polpa
Mais adiante
O rio de cromo
Fulgurante
Fluindo,colidindo
Contra as pedras
Desembocando na catarata
Tilintando o som que nunca termina.
§ Gutierrez Escudero, do Grupo Surrealista de Cantabria - España, pelas belas palavras. Aproveito para divulgar a nova página do grupo na Web: Movimiento Surrealista En Cantabria
30/03/2004
23/03/2004
fugit irreparabile tempus
Conheceram-se ao acaso, num desses acasos que a Internet propicia.
Em pouco tempo tornaram-se bem próximos.
Não a proximidade de apaixonados virtuais, mas sim aquela mais palpável, a proximidade da amizade.
Ele era o tipo que gostava de falar e ela de ouvir.
Ele angustiado, ela tranquilizadora.
Algumas vezes, trocavam de lugar - era ele quem ouvia as angústias dela e, assim, sentiam-se mais e mais unidos.
Chegou, enfim, o dia de concretizarem a amizade, encontrando-se fora do mundo virtual.
Como esperado, sentiram, no abraço que trocaram, como se há muito se conhecessem.
Ela tinha tanto a lhe dizer, tantas coisas a contar, mas notou que aquele era um de seus dias ruins, que ele não estava para ouvir, mas sim para ser ouvido.
Ofereceu-se para ouvi-lo.
Ele, então, falou de toda sua angústia, angústia vinda de tantos pensamentos que lhe vinham à mente.
Pensava em tantas coisas, na fome do mundo, nas guerras, na intolerância, enfim, em todos os males da humanidade e se angustiava por não saber como ajudar e por não conseguir parar de pensar em tantas coisas ao mesmo tempo.
O coração dela apertou com o sofrimento dele.
Puxou-o em sua direção, recostando-lhe a cabeça em seu ombro.
Então, com um gesto de extremo amor, abriu-lhe a cabeça para que seus pensamentos pudessem escapar.
Conheceram-se ao acaso, num desses acasos que a Internet propicia.
Em pouco tempo tornaram-se bem próximos.
Não a proximidade de apaixonados virtuais, mas sim aquela mais palpável, a proximidade da amizade.
Ele era o tipo que gostava de falar e ela de ouvir.
Ele angustiado, ela tranquilizadora.
Algumas vezes, trocavam de lugar - era ele quem ouvia as angústias dela e, assim, sentiam-se mais e mais unidos.
Chegou, enfim, o dia de concretizarem a amizade, encontrando-se fora do mundo virtual.
Como esperado, sentiram, no abraço que trocaram, como se há muito se conhecessem.
Ela tinha tanto a lhe dizer, tantas coisas a contar, mas notou que aquele era um de seus dias ruins, que ele não estava para ouvir, mas sim para ser ouvido.
Ofereceu-se para ouvi-lo.
Ele, então, falou de toda sua angústia, angústia vinda de tantos pensamentos que lhe vinham à mente.
Pensava em tantas coisas, na fome do mundo, nas guerras, na intolerância, enfim, em todos os males da humanidade e se angustiava por não saber como ajudar e por não conseguir parar de pensar em tantas coisas ao mesmo tempo.
O coração dela apertou com o sofrimento dele.
Puxou-o em sua direção, recostando-lhe a cabeça em seu ombro.
Então, com um gesto de extremo amor, abriu-lhe a cabeça para que seus pensamentos pudessem escapar.
15/03/2004
"Tenho um curioso animal, metade gatinho, metade cordeiro.
É uma herança de meu pai.
Em meu poder, desenvolveu-se completamente; antes era mais cordeiro que gato. Agora é metade um e metade outro.
Do gato tem a cabeça e as unhas; do cordeiro, o tamanho e a forma; de ambos, os olhos, que são ariscos e faiscantes, a pele suave e ajustada ao corpo, os movimentos ao mesmo tempo saltitantes e furtivos. (...)"
Uma Cruza, Jorge Luis Borges
Se espaço for infinito, então nós podemos estar a qualquer ponto em espaço.
Se tempo for infinito, nós podemos estar a tempo.
É uma herança de meu pai.
Em meu poder, desenvolveu-se completamente; antes era mais cordeiro que gato. Agora é metade um e metade outro.
Do gato tem a cabeça e as unhas; do cordeiro, o tamanho e a forma; de ambos, os olhos, que são ariscos e faiscantes, a pele suave e ajustada ao corpo, os movimentos ao mesmo tempo saltitantes e furtivos. (...)"
Uma Cruza, Jorge Luis Borges
Se tempo for infinito, nós podemos estar a tempo.
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