Lendo os posts dos meus voyers, descobri dentre eles um que não deseja se identificar (intrigante isso, neste meio...), e, por isso, se intitula "um meu observador".
Muito bem. Esta pessoa fez um comentário interessante acerca do modo como disserto minha vidinha, enquadrando-me no time dos simbolistas. Isso me picou.
Não pela colocação, mas porque ontem, conversando com um amigo sobre meu b log, percebi que estou passando por uma fase de extremo umbiguismo. E, como se não bastasse, fechada num pessimismo, que converge com meu budismo latente, segundo o qual o mundo inteiro é ilusão e dor. E fico assim, rolando um desfile de imagens ocas, miragens do nada. E no meio do chit-chat, me ocorreu um pensamento: "estou muito Pessanha".
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Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus Guimaraens, poeta mineiro, simbolista)
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