06/01/2003

Era uma vez uma gatinha linda, toda sujinha, que veio dar 'feliz ano novo' para o senhor seu dono na cama - fato extraordinário - com um zilhão de miados e um ronronar que, de tão alto, mais parecia um apito.

Era uma vez uma menina que foi ao supermercado e teve suas compras empacotadas por um senhor muito bacana, que levou o carrinho até o carro dela e, quando ela ofereceu 2 reais para ele como recompensa pelos seus serviços, descobriu que o mesmo não aceitava dinheiro, pois que era o contador do estabelecimento, que ajudava por ajudar.

Era uma vez um menino de rua em Ubatuba que pediu uma batatinha frita para a menina, para matar a fome e ela pagou uma promoção nº 1 com direito a McSunday, e o menino comeu na mesa dela, feliz da vida, falando de boca cheia que o mundo é bom, a praia grande e o dia lindo.

Era uma vez um pequeno frentista que, além de encher o tanque, lavou todo o carro com água e sabão e não cobrou nada por isso, só falou "feliz ano novo" no final, e ficou olhando o carro partir.

Era uma vez uma tola que se emocionava com os pequenos detalhes da vida, que ficou vendo os fogos de ano novo e cantando com o povo todo na praia. E que, apesar de ter medo do novo presidente de seu país, assistiu seu discurso de 45 minutos e pensou em silêncio "Vivaa!" quando ele acabou, deslumbrada de esperança, num pensamento destes incontroláveis, que aparecem sem ninguém forçar. Nem ela.

Ai, ai.
Voltei de viagem.



...


Nota: todos os fatos são verídicos, sem exceção.

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