Bem, público legente, companheiros e amiguinhas, aqui me tendes de regresso! Mais torrada que pão de fôrma em torradeira enguiçada, mais sêca e esturricada que minhoca que dorme no cimento. Não pensem em mim como uma Vênus maravilhosa, saída do mar com um belíssimo Miami tan, não
(imagina, que pretensão a minha, cogitar que algum dentre vocês pensaria isso dessa veeeelha lebre do mar). Há algo de peculiar na minha cor, depois da exposição de minha branca cútis por vastos 6 dias de sol escaldante. Imaginem que, depois dessa maratona de luz e calor, eu fiquei com:
§ rosto, ombros, colo e braços vermelhos-incêndio-no-barraco;
§ barriga morena com considerável quantidade de manchas brancas, tal e qual um dálmata no negativo;
§ coxas marrom-globeleza;
§ pernas brancas-lesma-cega-da-caverna.
Formaram a imagem mental? Pois é exatamente o que vocês pensaram, caros leitores: virei um orix africano!
Tudo bem, os chifres eu não tenho. Mas que pareço, pareço. E além desta exótica tonalidade, fiquei de quebra 2 dias andando toda dura, para não arder nas partes assadas (uns 80% do todo, eu diria) o que me fez parecer, mais uma vez, com algo do mesmo continente.
E o carnaval, heim? Um tal de "eguinha pocotó" infinito, perpetuamente tocada nas ruas da beira-mar, uma coisa de louco. Como boa literata de araque anti-social, decidi fugir das noitadas e afundei no oceano, nadando para longe do burburinho como um salmão apressado que pede licensa aos ursos. Enquanto a macacada pulava nas ruas, eu aproveitava para evitar a fadiga, descansar, e descascar como uma banana.
E assim foi meu feriadão de carnaval. Não pensem que não me diverti - não é isso. Acontece que nós, os orix africanos, temos nosso próprio jeito de achar graça nas coisinhas da vida. Além de adorarmos jogar areia nas costas, com as patas.
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