Olha aí que maravilha: texto do delicioso Café com Leite (da Tati).
Conto de Fadas
para as mulheres do século 21
"Era uma vez, em uma terra muito distante, uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Deparou-se com um sapo, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago de seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas.
Então, o sapo pulou em seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má me jogou um encanto e eu me tornei esse sapo asqueroso. Um beijo seu, no entanto, há de me transformar de novo em um belo príncipe. Poderemos nos casar e constituir residência em seu lindo castelo. Mamãe poderia vir morar conosco e você poderia preparar meu jantar, lavar minhas roupas, criar meus filhos e seríamos felizes para sempre.
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de sapo à sautée, acompanhadas de cremoso molho acebolado e finíssimo vinho branco, ela riu e pensou consigo mesma:
- Nem morta!"
12/05/2004
29/04/2004
DISPEPSIA
Cada lunes
están dispuestos a brindar
con el agua de las alcantarillas
mojar el pan en la salsa
(rebañan toda la sangre del plato)
o comerse el mundo
y preguntar luego.
Se trata de engullir algo
que nunca les perteneció.
Tradução (de Majarti):
Cada Segunda-feira
estão dispostos a brindar
com a água das bocas de lobo
molhar o pão no molho
(tornam a banhar todo o sangre do prato)
ou comer-se o mundo
e perguntar depois.
Trata-se de engolir algo
que nunca pertenceu a eles.
(Carlos Martin Tornero, poeta surrealista Asturiano)
Loli Peñil - Poema "Collage"
Cada lunes
están dispuestos a brindar
con el agua de las alcantarillas
mojar el pan en la salsa
(rebañan toda la sangre del plato)
o comerse el mundo
y preguntar luego.
Se trata de engullir algo
que nunca les perteneció.
Tradução (de Majarti):
Cada Segunda-feira
estão dispostos a brindar
com a água das bocas de lobo
molhar o pão no molho
(tornam a banhar todo o sangre do prato)
ou comer-se o mundo
e perguntar depois.
Trata-se de engolir algo
que nunca pertenceu a eles.
(Carlos Martin Tornero, poeta surrealista Asturiano)
22/04/2004
MARIA VAI COM AS OUTRAS
Peguei da Olabáuti (que ressucitou no Mundo Podre), que pegou no Sopa de Mim, que pegou da Fal (do Drops da Fal), que pegou da Mel (do Acontecível), que pegou da Dani (do Mad Tea Party), que pegou do Delfin (o do DelRey):
Instruções:
1. Pegue o livro mais próximo de você;
2. Abra o livro na página 23;
3. Ache a quinta frase;
4. Poste o texto em seu blog junto com estas instruções.
E deu isso:
"Aboliu o controle estatal."
Do livro Novo Manual Nova Cultura de História do Brasil, do meu antigo professor de história do 1º grau, excelentíssimo Clarence José de Matos e seu comparsa de livro, o Cesar A. Nunes (porque meu PC está ao lado da biblioteca).
Peguei da Olabáuti (que ressucitou no Mundo Podre), que pegou no Sopa de Mim, que pegou da Fal (do Drops da Fal), que pegou da Mel (do Acontecível), que pegou da Dani (do Mad Tea Party), que pegou do Delfin (o do DelRey):
Instruções:
1. Pegue o livro mais próximo de você;
2. Abra o livro na página 23;
3. Ache a quinta frase;
4. Poste o texto em seu blog junto com estas instruções.
E deu isso:
"Aboliu o controle estatal."
Do livro Novo Manual Nova Cultura de História do Brasil, do meu antigo professor de história do 1º grau, excelentíssimo Clarence José de Matos e seu comparsa de livro, o Cesar A. Nunes (porque meu PC está ao lado da biblioteca).
15/04/2004
Eu planejava deixar este blog mofar às moscas, mas, às 3h27 da matina, precisei transcrever estes escritos que me fizeram mijar nas calças. Apresento-lhes Rafael, o regido pelas Leis de Murphy:
"Lei de Murphy n º 281: Seu desodorante roll-on vai sair roll-ando
Da última vez que fui comprar desodorante, só tinha daqueles, tipo roll-on. Para mulheres aquilo é fácil, passou tá valendo. Para homens, ou pelo menos para aqueles que não depilam as axilas, um desodorante roll-on pode representar alguns riscos. Logo na primeira passada alguns cabelos debaixo do meu braço ficaram presos naquela maldita bolinha. É, não foi legal ficar com um potinho preso no sovaco. Mas depois me acostumei. Até que notei que não estava mais saindo o desodorante. Agitei, sacudi e nada. Resolvi dar umas batidas. Nada. Peguei o frasco e dei com ele na parede. A bolinha do roll-on caiu, o resto do desodorante foi-se ao chão. Olhando pelo lado bom, meu assoalho agora está anti-transpirante. Já eu fiquei bem puto da vida, e decidi que roll-on nunca mais. Prefiro a inhaca."
"Lei de Murphy n º 281: Seu desodorante roll-on vai sair roll-ando
Da última vez que fui comprar desodorante, só tinha daqueles, tipo roll-on. Para mulheres aquilo é fácil, passou tá valendo. Para homens, ou pelo menos para aqueles que não depilam as axilas, um desodorante roll-on pode representar alguns riscos. Logo na primeira passada alguns cabelos debaixo do meu braço ficaram presos naquela maldita bolinha. É, não foi legal ficar com um potinho preso no sovaco. Mas depois me acostumei. Até que notei que não estava mais saindo o desodorante. Agitei, sacudi e nada. Resolvi dar umas batidas. Nada. Peguei o frasco e dei com ele na parede. A bolinha do roll-on caiu, o resto do desodorante foi-se ao chão. Olhando pelo lado bom, meu assoalho agora está anti-transpirante. Já eu fiquei bem puto da vida, e decidi que roll-on nunca mais. Prefiro a inhaca."
30/03/2004
SURREALISMO VIVO I
Agradeço:
§ Eduardo Dutra, pelo poema Sonho:
Céu
Safira celeste
Abóbada mecânica
Sol ouro incandescente
Lua, gelo de prata iluminada
O ar agitado como as marés
Campo
Carpete verde
Esmeralda
As árvores Isoladas
Marrons e verdes
Vítreas, resplandecentes
As frutas de ágata
O gosto de um êxtase
Adormecido na polpa
Mais adiante
O rio de cromo
Fulgurante
Fluindo,colidindo
Contra as pedras
Desembocando na catarata
Tilintando o som que nunca termina.
§ Gutierrez Escudero, do Grupo Surrealista de Cantabria - España, pelas belas palavras. Aproveito para divulgar a nova página do grupo na Web: Movimiento Surrealista En Cantabria
Agradeço:
§ Eduardo Dutra, pelo poema Sonho:
Céu
Safira celeste
Abóbada mecânica
Sol ouro incandescente
Lua, gelo de prata iluminada
O ar agitado como as marés
Campo
Carpete verde
Esmeralda
As árvores Isoladas
Marrons e verdes
Vítreas, resplandecentes
As frutas de ágata
O gosto de um êxtase
Adormecido na polpa
Mais adiante
O rio de cromo
Fulgurante
Fluindo,colidindo
Contra as pedras
Desembocando na catarata
Tilintando o som que nunca termina.
§ Gutierrez Escudero, do Grupo Surrealista de Cantabria - España, pelas belas palavras. Aproveito para divulgar a nova página do grupo na Web: Movimiento Surrealista En Cantabria
23/03/2004
fugit irreparabile tempus
Conheceram-se ao acaso, num desses acasos que a Internet propicia.
Em pouco tempo tornaram-se bem próximos.
Não a proximidade de apaixonados virtuais, mas sim aquela mais palpável, a proximidade da amizade.
Ele era o tipo que gostava de falar e ela de ouvir.
Ele angustiado, ela tranquilizadora.
Algumas vezes, trocavam de lugar - era ele quem ouvia as angústias dela e, assim, sentiam-se mais e mais unidos.
Chegou, enfim, o dia de concretizarem a amizade, encontrando-se fora do mundo virtual.
Como esperado, sentiram, no abraço que trocaram, como se há muito se conhecessem.
Ela tinha tanto a lhe dizer, tantas coisas a contar, mas notou que aquele era um de seus dias ruins, que ele não estava para ouvir, mas sim para ser ouvido.
Ofereceu-se para ouvi-lo.
Ele, então, falou de toda sua angústia, angústia vinda de tantos pensamentos que lhe vinham à mente.
Pensava em tantas coisas, na fome do mundo, nas guerras, na intolerância, enfim, em todos os males da humanidade e se angustiava por não saber como ajudar e por não conseguir parar de pensar em tantas coisas ao mesmo tempo.
O coração dela apertou com o sofrimento dele.
Puxou-o em sua direção, recostando-lhe a cabeça em seu ombro.
Então, com um gesto de extremo amor, abriu-lhe a cabeça para que seus pensamentos pudessem escapar.
Conheceram-se ao acaso, num desses acasos que a Internet propicia.
Em pouco tempo tornaram-se bem próximos.
Não a proximidade de apaixonados virtuais, mas sim aquela mais palpável, a proximidade da amizade.
Ele era o tipo que gostava de falar e ela de ouvir.
Ele angustiado, ela tranquilizadora.
Algumas vezes, trocavam de lugar - era ele quem ouvia as angústias dela e, assim, sentiam-se mais e mais unidos.
Chegou, enfim, o dia de concretizarem a amizade, encontrando-se fora do mundo virtual.
Como esperado, sentiram, no abraço que trocaram, como se há muito se conhecessem.
Ela tinha tanto a lhe dizer, tantas coisas a contar, mas notou que aquele era um de seus dias ruins, que ele não estava para ouvir, mas sim para ser ouvido.
Ofereceu-se para ouvi-lo.
Ele, então, falou de toda sua angústia, angústia vinda de tantos pensamentos que lhe vinham à mente.
Pensava em tantas coisas, na fome do mundo, nas guerras, na intolerância, enfim, em todos os males da humanidade e se angustiava por não saber como ajudar e por não conseguir parar de pensar em tantas coisas ao mesmo tempo.
O coração dela apertou com o sofrimento dele.
Puxou-o em sua direção, recostando-lhe a cabeça em seu ombro.
Então, com um gesto de extremo amor, abriu-lhe a cabeça para que seus pensamentos pudessem escapar.
15/03/2004
"Tenho um curioso animal, metade gatinho, metade cordeiro.
É uma herança de meu pai.
Em meu poder, desenvolveu-se completamente; antes era mais cordeiro que gato. Agora é metade um e metade outro.
Do gato tem a cabeça e as unhas; do cordeiro, o tamanho e a forma; de ambos, os olhos, que são ariscos e faiscantes, a pele suave e ajustada ao corpo, os movimentos ao mesmo tempo saltitantes e furtivos. (...)"
Uma Cruza, Jorge Luis Borges
Se espaço for infinito, então nós podemos estar a qualquer ponto em espaço.
Se tempo for infinito, nós podemos estar a tempo.
É uma herança de meu pai.
Em meu poder, desenvolveu-se completamente; antes era mais cordeiro que gato. Agora é metade um e metade outro.
Do gato tem a cabeça e as unhas; do cordeiro, o tamanho e a forma; de ambos, os olhos, que são ariscos e faiscantes, a pele suave e ajustada ao corpo, os movimentos ao mesmo tempo saltitantes e furtivos. (...)"
Uma Cruza, Jorge Luis Borges
Se tempo for infinito, nós podemos estar a tempo.
29/02/2004
Tudo o que eu sempre quis ler sobre minhocas e casquinhas:
"Depois da noite, a casca rompeu e pudemos ver tudo o que acontecia lá dentro. Um monte de minhocas coloridas (a vermelha, a vermelha...) saíram rastejando por cima das mil casquinhas - engraçado, eu pensei que eu não teria mais casca e veja só! Agora tenho casquinhas e minhocas. Tenho cascas e minhocas.(...)"
Da Paulinha, escrevendo automaticamente.
"Depois da noite, a casca rompeu e pudemos ver tudo o que acontecia lá dentro. Um monte de minhocas coloridas (a vermelha, a vermelha...) saíram rastejando por cima das mil casquinhas - engraçado, eu pensei que eu não teria mais casca e veja só! Agora tenho casquinhas e minhocas. Tenho cascas e minhocas.(...)"
Da Paulinha, escrevendo automaticamente.
16/02/2004
Comendo com café:
Colagem da Luciana - um apetizer;
Montanha-Russa sabor bullar;
Naked Emotions, just for fun;
Sushi Leblon - não parece, mas é um pastel de Santa Clara d'ishtalar a língua;
Zero-Grau, meu gela-güela;
Brusk Não Fala Francês, mas dá um ótimo petit-four.
Colagem da Luciana - um apetizer;
Montanha-Russa sabor bullar;
Naked Emotions, just for fun;
Sushi Leblon - não parece, mas é um pastel de Santa Clara d'ishtalar a língua;
Zero-Grau, meu gela-güela;
Brusk Não Fala Francês, mas dá um ótimo petit-four.
11/02/2004
Opinião
O pior é o Melhor, por Diogo Mainardi
"Desde cedo, a única meta que eu tinha era ir embora de São Paulo. Fracassei em minha primeira tentativa migratória. Fracassei na segunda. Na terceira, deu certo. Fui embora e nunca mais voltei.
Depois de tantos anos de afastamento, finalmente me reconciliei com a cidade. Aprendi a reconhecer seus méritos. O maior deles, é despertar o sentimento de repulsa em seus habitantes. São Paulo é tão detestável, que somos estimulados a rejeitar nossa origem, a buscar lá fora o que não podemos encontrar aqui dentro.
Parece pouco. Não é. São Paulo não acomoda. Ela nos deixa num permanente estado de insatisfação e precariedade. O paulistano não é apegado a nada. Está sempre de malas prontas, disposto a abandonar oportunisticamente tudo o que lhe pertence: sua cidade, seu país, sua família, suas idéias.
Não temos o sentido de coletividade: não sabemos votar, não sabemos respeitar as regras, não sabemos pensar no próximo, não sabemos cumprir acordos. Em compensação, conseguiríamos nos adaptar com facilidade a um holocausto nuclear. Pena que a perspectiva de um holocausto nuclear seja cada dia mais remota.
A música é o mais importante elemento de identidade nacional. Em São Paulo, a falta de sentido de coletividade nos impediu de desenvolver um estilo musical. Ao contrário do resto do Brasil, não temos ritmos próprios, não temos artistas de peso. Nosso ouvido é duro. Na festa de aniversário da cidade, o melhor que conseguimos apresentar foi o grupo Demônios da Garoa. Caetano Veloso também homenageou a cidade, mas ele não conta, porque é baiano e, sobretudo, porque homenageia qualquer lugar. Ele já homenageou Londres, Barcelona, Nova Iorque, São Francisco e Brasília. Já homenageou até Tel-Aviv. Caetano Veloso é como Lamartine Babo, que escreveu os hinos de todos os times de futebol do Rio de Janeiro.
É uma sorte que São Paulo seja tão pouco musical. A música popular constitui o maior fator de atraso no Brasil. Quanto mais musical é uma região, mais subdesenvolvida ela é. A musicalidade dos brasileiros está diretamente relacionada com as epidemias de leishmaniose, os esgotos a céu aberto, os desmoronamentos de favelas. São Paulo é a cidade mais rica do Brasil simplesmente porque não entende nada de música popular, agora, publicam livros com todas as suas letras. Quem consegue compreender o significado dessas letras nunca irá aprender a construir uma ponte, ou a planejar o escoamento de um milharal, ou a obturar um dente cariado. Um conhecimento anula o outro.
O Brasil se reconhece no sentimentalismo mais ordinário, no verso mais incongruente, na batida mais simplória. Nos foi ensinado que a música nos ajudou a resistir a todos os tipos de autoritarismo. Mentira. A música é um instrumento de dominação. Tanto que todos os partidos políticos criam seus sambinhas para o horário eleitoral. Se até o PTB tem seu sambinha, é sinal de que há algo errado na MPB.
São Paulo é a pior cidade do Brasil. Mas nós, paulistanos, até que temos a nossa graça: não levamos jeito para a música, o que nos torna, tudo somado, um pouco menos brasileiros."
Rob Gonsalves - Scenery Change
O pior é o Melhor, por Diogo Mainardi
"Desde cedo, a única meta que eu tinha era ir embora de São Paulo. Fracassei em minha primeira tentativa migratória. Fracassei na segunda. Na terceira, deu certo. Fui embora e nunca mais voltei.
Depois de tantos anos de afastamento, finalmente me reconciliei com a cidade. Aprendi a reconhecer seus méritos. O maior deles, é despertar o sentimento de repulsa em seus habitantes. São Paulo é tão detestável, que somos estimulados a rejeitar nossa origem, a buscar lá fora o que não podemos encontrar aqui dentro.
Parece pouco. Não é. São Paulo não acomoda. Ela nos deixa num permanente estado de insatisfação e precariedade. O paulistano não é apegado a nada. Está sempre de malas prontas, disposto a abandonar oportunisticamente tudo o que lhe pertence: sua cidade, seu país, sua família, suas idéias.
Não temos o sentido de coletividade: não sabemos votar, não sabemos respeitar as regras, não sabemos pensar no próximo, não sabemos cumprir acordos. Em compensação, conseguiríamos nos adaptar com facilidade a um holocausto nuclear. Pena que a perspectiva de um holocausto nuclear seja cada dia mais remota.
A música é o mais importante elemento de identidade nacional. Em São Paulo, a falta de sentido de coletividade nos impediu de desenvolver um estilo musical. Ao contrário do resto do Brasil, não temos ritmos próprios, não temos artistas de peso. Nosso ouvido é duro. Na festa de aniversário da cidade, o melhor que conseguimos apresentar foi o grupo Demônios da Garoa. Caetano Veloso também homenageou a cidade, mas ele não conta, porque é baiano e, sobretudo, porque homenageia qualquer lugar. Ele já homenageou Londres, Barcelona, Nova Iorque, São Francisco e Brasília. Já homenageou até Tel-Aviv. Caetano Veloso é como Lamartine Babo, que escreveu os hinos de todos os times de futebol do Rio de Janeiro.
É uma sorte que São Paulo seja tão pouco musical. A música popular constitui o maior fator de atraso no Brasil. Quanto mais musical é uma região, mais subdesenvolvida ela é. A musicalidade dos brasileiros está diretamente relacionada com as epidemias de leishmaniose, os esgotos a céu aberto, os desmoronamentos de favelas. São Paulo é a cidade mais rica do Brasil simplesmente porque não entende nada de música popular, agora, publicam livros com todas as suas letras. Quem consegue compreender o significado dessas letras nunca irá aprender a construir uma ponte, ou a planejar o escoamento de um milharal, ou a obturar um dente cariado. Um conhecimento anula o outro.
O Brasil se reconhece no sentimentalismo mais ordinário, no verso mais incongruente, na batida mais simplória. Nos foi ensinado que a música nos ajudou a resistir a todos os tipos de autoritarismo. Mentira. A música é um instrumento de dominação. Tanto que todos os partidos políticos criam seus sambinhas para o horário eleitoral. Se até o PTB tem seu sambinha, é sinal de que há algo errado na MPB.
São Paulo é a pior cidade do Brasil. Mas nós, paulistanos, até que temos a nossa graça: não levamos jeito para a música, o que nos torna, tudo somado, um pouco menos brasileiros."
05/02/2004
com os pés na mobília
Não me recriminem.
Eu nunca prometi constância nem qualidade.
Este site é um passa-tempo.
Entro e saio de casa e já não há mais chá no bule (só café - café NUNCA faltará). Aqui é como casa de vó no interior: entra sem bater, bebe e come sem pedir e vai embora. Tem quem fique para dormir, mas aí já são outros quinhentos. Para quem não tem vó no interior, pense num alberque para moradores de rua. Tudo espalhado, portão sem trava, porta sem maçaneta, sopão na canequinha. Todo mundo pode, livremente. A diferença é que, ocasionalmente, sai um filé na chapa. O CA SI O NAL MEN TE, para não gastar verba, nem desabar na fadiga.
Então.
Por enquanto, só sopão com café.
Não me recriminem.
Eu nunca prometi constância nem qualidade.
Este site é um passa-tempo.
Entro e saio de casa e já não há mais chá no bule (só café - café NUNCA faltará). Aqui é como casa de vó no interior: entra sem bater, bebe e come sem pedir e vai embora. Tem quem fique para dormir, mas aí já são outros quinhentos. Para quem não tem vó no interior, pense num alberque para moradores de rua. Tudo espalhado, portão sem trava, porta sem maçaneta, sopão na canequinha. Todo mundo pode, livremente. A diferença é que, ocasionalmente, sai um filé na chapa. O CA SI O NAL MEN TE, para não gastar verba, nem desabar na fadiga.
Então.
Por enquanto, só sopão com café.
Assinar:
Postagens (Atom)