04/10/2002


Sexta-Feira, Agosto 09, 2002

Agora também com imagens!



ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:00 PM
______________________________________________________

Quinta-feira, Agosto 08, 2002

Hegel entende que a consciência de si como desejo de reconhecimento (isso, claro, num sentido muito amplo). Isso significa que, no amor, quando uma pessoa se desdobra em direção à outra, exige que a outra, objeto de seu desejo, também se desdobre - pois amar é desejar o desejo do outro.
Além disso, diria que o amor é um convite para sair de si mesmo, envolvendo a sensação de amplitude e felicidade. Se a pessoa estiver muito centrada nela mesma, não será capaz de ouvir o apelo do outro. É isso que acontece com as crianças, que procuram naturalmente pela pessoa que melhor preencha suas necessidades, e só.
Mas, se na vida adulta este comportamento perdura, passa a ser um impedimento ao encontro verdadeiro. Basta lembrar a lenda de Narciso, que, ao contemplar seu próprio rosto refletido na água, apaixona-se por si mesmo, o que causa sua morte, por esquecer de alimentar-se, de tão envolvido que estava com sua própria imagem, inatingível. O narcisista "morre" na medida em que torna impossível a ligação afetiva com o outro.
E este egoncentrismo, creio eu, persiste na adolescência, enquanto momento de passagem da infância para a vida adulta. Por isso os adolescentes, muitas vezes, não amam propriamente o outro, ser de carne e osso - mas sim o amor.Trata-se do amor idealizado, romântico (do qual eu fujo como da peste), em parte fruto do medo de lançar-se nas contradições da vivência do verdadeiro amor.

Finalizando: o exercício do amor fraterno é a conquista definitiva da maturidade.
.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:31 PM

Quinta-feira, Agosto 08, 2002

Relendo a ultima colocação que fiz, veio-me o questionamento do princípio cartesiano de que o homem é um "ser pensante". Na verdade, não quis inverter a clássica superioridade da razão sobre a paixão.
A paixão não é superior à razão - em realidade, diria que estes dois princípios estão ligados com laços bem apertados. Ambos são importantes para a realização humana: enquanto o desejo mobiliza o homem, a razão age como princípio organizador, que avalia os desejos e busca os meios para sua realização.

Na relação amorosa, o desejo não nos impulsiona apenas a alcançar o outro enquanto objeto. Vai além. O desejo exige a relação em que se busca, acima de tudo, o reconhecimento do outro. O enamorado não deseja se apropriar de uma coisa, e sim capturar a consciêcia do outro. A relação amorosa se baseia na troca, na reciprocidade. Ou seja: desejamos o outro como ser desejante e também consciente.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:08 PM

Quinta-feira, Agosto 08, 2002

Não pude me furtar a pensar no caso de amor da
ontem. As confusões amorosas típicas do bicho-homem me fascinam, ao mesmo tempo que assustam. Nossa conversa, por algum motivo, lembrou-me as longas discussões com o Luciano, pela Internet, sobre este intrincado tema... Que saudade desse moço.
Como pode a vida tornar-se, de repente e num dado espaço de tempo, uma procura, às vezes louca e desenfreada, por este encontro? Diria ser este encontro fugaz - a intersubjetividade (termo filosófico); revelando como verdade fundamental o fato das pessoas tornarem-se, temporariamente, como que um Eros - predominantemente desejo - que desencadeia a procura do outro que completa. (Eros levaria o homem a sair de si para que, na relação com os outros, realize o encontro.)
Então, o homem seria um "ser desejante", devido a esta energia que o impulsiona a agir, a procurar pelo prazer e a alegria que é a conquista do objeto de seus desejos.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:51 PM
______________________________________________________

Domingo, Agosto 04, 2002

"Me contradigo?
Pois muito bem, eu me contradigo.
Sou vasto, contenho multidões."
(Walt Whitman)

Fato.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:11 PM

Domingo, Agosto 04, 2002

Inferno...
Não gosto deste blog parecendo um Mangá. Prefiro o passado primeiro. A ordem invertida.
(Aliás, inverter a ordem das coisas é uma atitude muito minha.)

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:01 PM
______________________________________________________

Sábado, Agosto 03, 2002

Do surrealismo dos atos

Enquanto seguimos no cotidiano toma-lá-dá-cá, enquanto movimentamo-nos por entre os caminhos à escolha, à maneira contaminada pela fome do simples caminhar - modismo da atualidade - outros olhos nos acompanham. E, portanto, outras mentes. Outros seres. Outros universos paralelos aos nossos. E todos estes olhinhos estabelecem algum contato direto com o universo intrincado de cada um, como é do agrado geral, é claro. É de nossa natureza. Comunicativos e sociais. O que acontece depois, entretanto, nada tem de lógico. Vem a seguir o descambo cognitivo.

Infelizmente, nossos atos são rudes e a percepção, grotesca. O que não é de se admirar, vindo de entidades multifacetadas e complexas, que tentam expressar suas enormidades através de cinco míseros sentidos. O caos comunicativo que isto gera, nada tem de animador em termos práticos. Quantas palavras são necessárias, quantos gestos, para que façamo-nos reconhecer uns aos outros? A resposta à esta pergunta complica ainda mais a situação dos objetificadores: infinitos. Faltam palavras, não existem gestos suficientes, nem tempo que baste para tanto. E acreditem: o comum é que estas mesmas almas abrangentes creiam saber o conteúdo de todos os outros, baseados nos seus próprios. Ignorantes da massa inconsciente que os rodeia. Das proporções assustadoras que não sabem medir, por não possuírem métrica compatível. Do omnium gatherum de experiências e meandros e devaneios que representam cada um daqueles olhinhos. E vamos seguindo aos chutes e mergulhos no vazio de questões que nada dizem, conclusões inconclusivas e verdades enganosas. E isso pasma. E frustra. E mete medo. Tamanha é a cegueira para com o tamanho do outro.

Pobres deuses cegos, surdos e mudos - somos o que somos. Presos em nossos corpos débeis e incompletos, desprovidos de olhos, ouvido e bocas mentais. São crianças sem pais, alunos de professores indignos de ensinar o incompreensível. Que fazer então, enquanto prisioneiros de celas ósseas, sanguíneas, hormonais e nervosas?

A resposta varia para cada indivíduo, mas o grande truque pode ser mais simples do que qualquer metafísica rebuscada. Cabe a todos buscarmos a separação dos fatos: o que sou eu, sou eu. O que é você, você. E aprendermos, então, a apreciar a imensidão da paisagem humana. Por mais ambígua e misteriosa que possa nos parecer. Sem medo. Sem regra. Sem aprisionamento de espírito - nem do seu, nem do outro.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:24 PM
______________________________________________________

Sexta-Feira, Agosto 02, 2002

Sofismas estabilizados merecem ser destronados, extirpados, queimados e enterrados, pois não passam de ameaças estáveis para a verdadeira nobreza do pensamento e ação.
E não consigo deixar de reparar, por nem um momento sequer, o quanto nossa sociedade, de maneira geral, é baseada neles, lastimavelmente.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:43 PM

Sexta-Feira, Agosto 02, 2002

C R I A Ç Ã O

Despertador. Sono. Banho. Telefone. Preguiça. Problemas. E-mails. Chá Mate. Um miado. Este B log.


ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:39 PM

Nenhum comentário: