05/10/2002

Quarta-feira, Setembro02 , 2002

Fêfo, meu fôfo,
O nome da raça é Clydesdale.



ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 4:45:02 PM
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Terça-feira, Outubro 01, 2002

"Termino essa minha vida exausto de viver, mas querendo ainda mais vida, mais amor, mais travessura.
A você que fica aí inútil, vivendo essa vida insossa, só digo: Coragem!
Mais vale errar se arrebentando, do que preparar-se para nada. O único clamor da vida é por mais vida bem vivida.
Essa é, aqui e agora, a nossa parte.
Depois seremos matéria cósmica.
Apagados, minerais. Para sempre mortos"


Darcy Ribeiro, 1922-1997

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:28:03 AM
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Sábado, Setembro 28, 2002

Pode parecer pouco, mas um acontecimento deste mês, ocorrido na famosa festa 'Giovanna', dos estudantes da faculdade FGV, São Paulo, somado às discussões sobre o racismo e outros preconceitos, durante as aulas de sociologia, fizeram com que pensasse muito na situação social da mulher. Comparando a colocação de um nosso colega de classe, que lembrou a todos que nunca saberemos o que é o preconceito racial sentido na pele (que ele sofre por ser negro), fico imaginando que, muito mais sutil é o terrível preconceito sofrido pelas mulheres - e que nunca é discutido. Um preconceito que vem de muitas gerações, e que foi tão abafado, repressor e imperativo, que a grande maioria das mulheres, ainda hoje - mesmo depois de tantas "vitórias" feministas - nem percebem que são reprimidas e desconsideradas, tão acostumadas a esta situação que estão...

Para finalizar o pensamento (uma vez que tal idéia já me causa muita dor de cabeça e indignação), fecho com o dito de Fritjof Capra, em seu livro Sabedoria Incomum (1988), onde relata, com entusiasmo, o que representa o feminismo para a desconstrução do patriarcado e o poder liberador da consciência feminista. O físico descobriu que a libertação das mulheres seria também a dos homens:

“Passei a reconhecer o importante papel do feminismo como uma das grandes forças de transformação cultural e o movimento de mulheres como um catalisador na covalência de vários movimentos sociais...”

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:25:52 AM
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Sexta-feira, Setembro 27, 2002
Então a vida é um jogo?
Quem está jogando?
É a sua vez ou a minha?
Temos direito àquele intervalinho maroto para tomar chá e comer biscoito?
Sim, pois é o biscoito a melhor parte...
Prefere o bolinho?
Sia-vuma - chá com bolinho.
O bom deste jogo é poder escolher o doce, a temperatura do chá, o lugar na mesa...
...Enfim: onde foram parar as regras?
Sim, porque, sem regras, não poderemos definir como sendo um 'jogo'.
E tendo visto que eu não sigo regras,
Como poderia eu jogar, de qualquer maneira?
Melhor, então, é partir para o biscoito!

E chá de maçãs, por obséquio,
Que o Gato Listrado não joga, mas escolhe o chá de sua preferência...

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E se jogássemos um jogo - coisa que não é
A vitória seria, então, de todos.
- e existem os que acreditam na impossibilidade da vitória.
Choram do alto do pódio, cegos que são...
Comamos, portanto, o biscoito.
O quanto durar o doce, tanto durará o prazer da vitória.
Prefere bolinho?
Que seja, bolinho...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:30:17 AM

Sexta-feira, Setembro 27, 2002


BeAtriz


Olha

Será que ela é moça

Será que ela é triste

Será que é o contrário

Será que é pintura

O rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu

Se ela acredita que é outro país

E se ela só decora o seu papel

E se eu pudesse entrar na sua vida


Olha

Será que é de louça

Será que é de éter

Será que é loucura

Será que é cenário

A casa da atriz

Se ela mora num arranha-céu

E se as paredes são feitas de giz

E se ela chora num quarto de hotel

E se eu pudesse entrar na sua vida


Olha

Será que é uma estrela

Será que é mentira

Será que é comédia

Será que é divina

A vida da atriz

Se ela um dia despencar do céu

E se os pagantes exigirem bis

E se um arcanjo passar o chapéu

E se eu pudesse entrar na sua vida


Chico Buarque de Holanda


ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:02:58 AM

Sexta-feira, Setembro 27, 2002
I N S O M N I A
ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:01:13 AM
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Domingo, Setembro 22, 2002

Vai-se tornando o tempo
estranhamente longo
à medida que se encurta.
O que antes disparava,
desbordado alazão,
hoje se paralisa
em esfinge de mármore...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:49:57 PM

Domingo, Setembro 22, 2002
Tratado da Maravilhosa Inconstância Humana
(Exaltação ao Escapismo)


(Dedicado à Kel, baseado em nossas divagações vespertinas)

Renovar é necessário, ainda que dentro de um mesmo contexto - o ser humano é muito inconstante para ater-se a um único conceito.
Por que dizer ser fatídico a todos tornarem-se obsoletos, depois de um certo tempo, se a única coisa que muda, em realidade, é a nossa própria perspectiva do outro? O conceito do belo é criação nossa, está dentro de todos e varia de indivíduo para indivíduo. O que nos torna iguais, com o passar do tempo, é, portanto, o cansaço causado por observar sempre a mesma imagem idealizada e construida por nós mesmos. Muitos nem ao menos desconfiam que tal imagem nada condiz com a realidade da vida no outro.
Fato é a inexistência de alguém 100% contemplativo e desapegado das tais imagens ilusórias, que possa conviver por toda uma vida sem a pretenção de julgar o outro como sendo óbvio e incapaz de mudança, passados alguns anos.
O prazer que nos traz a admiração pela imagem ilusória é efêmero. Mas o que seria melhor: viver o efêmero ou evitá-lo e, possivelmente, não sentir mais tal prazer, inerente ao ser humano?
A pergunta já induz à resposta: procuramos pelo prazer do efêmero - e assim deve continuar. O que incomoda a grande maioria é a frustração, causada pelo fim da ilusão. E de onde vem esta frustração, se não da incapacidade de perceber a efemeridade?
A procura pelo prazer é humana, mas não a frustração. Esta ocorre pela incompreensão do processo ilusório. Entender a efemeridade e esperar por ela torna a frustração tão arbitrária quanto as demais escolhas da vida.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:46:16 PM

Domingo, Setembro 22, 2002
Essa vai, de última hora, para o Fernando e suas dúvidas (sobre descobrir que pasta de dentes eu uso, me ver de boca aberta e cabeça no travesseiro, comendo macarrão, ou ao menos falando assim: "puts Fê, esse tenis está me apertando..." - adorei seu 'realismo'):

"Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar, para atravessar o rio da vida -ninguém, exceto tu, só tu.

Existem, por certo, atalhos sem-número, e pontes, e semideuses que se oferecerão para levar-te além do rio; mas isso te custaria tua própria pessoa: tu te hipotecarias e te perderias.

Existe no mundo um único caminho por onde só tu podes passar. Onde leva? Não perguntes, segue-o."

Friedrich Nietzsche

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:38:45 AM

Domingo, Setembro 22, 2002

Meu caro Alex,

Passaste muito tempo longe, desta vez. Como vai o livro? E tua mãe, como está?
Com certeza, temos muito que conversar. Não te olvides de tudo o que já te disse, acerca da minha estima por tua história pessoal - acretite: não estás só.
Contudo, devo esclarecer-te quanto às minhas colocações passadas, com vista ao julgamento obnóxio que fizeste desta tua amiga: minha zanga nada tinha a ver contigo. E não me incomodo com as várias interpretações possíveis deste b log, não senhor. Em realidade, acredito ser esta a graça dos meus escritos: as infinitas possibilidades conceituais. A liberdade conjetural que imprime nos leitores. As emoções que causa em muitos... De mais a mais, tal subjetividade não te explica o título do site?
E as mot savants auxiliam o processo, bem sabes - além do fato da curiosidade ter servido de motor de arranque para muitos, dentre o público legente, instigando a fome de conhecimento...
Que bom, não é mesmo? Possíveis leitores para teus rebuscados livros, dos quais tanto gosto. Deverias agradecer-me...

Um beijo enorme,

Cris



Dalí - Gala nua enquanto observa o mar, que a uma distância de 18 metros se transforma no retrato de Abraham Lincoln, 1976

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:39:01 AM
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Sábado, Setembro 21, 2002

Somem as orelhas, somem as patas, a cauda, o corpo.
Do gato listrado resta apenas o sorriso.
Enquanto isso, o coelho corre, corre, corre...

Deve ser triste, este coelho.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:17:33 M

Sábado, Setembro 21, 2002
As cortinas fecham, mas a maquiagem permanece.
Enquanto tiver quem cante.
"Uma pirueta, duas piruetas... Bravo! Bravo!..."

E sempre tem uma melodia obsedante, ricocheteando nas paredes, em forma de ecos, vinda de suspiros, murmúrios, silêncios...
ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:14:38 AM
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Quinta-feira, Setembro 19, 2002

VIDA SUBMERSA

-Ora, ora... Que bons ventos a trazem?
-Ventania.
-Está muito bonita, hoje!
-Pura porcelana, branca e fria.
-E como vai tudo?
-Do nada ao nada e de qualquer coisa à coisa nenhuma - comendo núvem e bebendo sangria...

...

Corre, Psiquê, que o Cérbero está solto...

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:26:55 AM

Quinta-feira, Setembro 19, 2002

Seus baobás purpúreos são lindos, realmente - deram um tom de ocaso ao b log.
Beijos e disponha sempre, ma chérie.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:22:02 AM
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Segunda-feira, Setembro 16, 2002

Caco, só pra lembrar:
O ESCORPIÃO DE JADE JÁ SAIU DE CARTAZ, VIU?
E agora, José? Goiânia é longe pacas... rs

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 1:26:40 AM
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Sábado, Setembro 14, 2002



Dalí - Poesi d'Amerique, 1943
ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 7:09:33 PM
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Sexta-feira, Setembro 13, 2002

EU
AMO
TODOS
VOCÊS!!



ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:22:57 PM

Sexta-feira, Setembro 13, 2002

Lindo dia cinzento. Combina com minha pele...
Achei que iria acordar de mau humor hoje. Que nada. Estou bem melhor - o que me leva a crer que estive sendo vítima de TPM...
Bom humor vai, bom humor vem... Eis que me deparo com um furdúncio generalizado, proveniente da parte acadêmica de minha vida. É um pagadagadá, uma troca incessante de docinhos... Cheguei a dizer, para algum dentre eles, que temia uma hecatombe como resultante de tanta intriguinha. Disse a outros que assim é a intersubjetividade - não tem como ser só rosas (bem e mal? O que foi bom ou mal? Discussões e até os docinhos fazem parte da vida, tanto quanto a boa parte da coisa toda.) Enfim, não me senti só na minha maré de ranzinzice. Hoje, o dia não está pra peixe. Amanhã, ele pode voltar com um sol infernal, jogando cores pra todo lado.
E isso, meus amigos, vai ser igualmente belo (apesar de eu, particularmente, odiar o sol). A graça da vida está em ver a graça da vida. Nothing more, nothing less.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 5:04:01 PM

Sexta-feira, Setembro 13, 2002

Ai, ai... :o)

Sinto-me bem melhor depois das últimas colocações.
E, como podem ver, estou com insônia, novamente.

Portanto, cuidado comigo amanhã, pessoas. Mal humor à vista, von neuem...
Um beijinho bem gostosinho nas bochechinhas de todos vocês, e boa noite. Durmam com os anjinhos (ou diabinhos, as you wish).

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 3:22:46 AM

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Quinta-feira, Setembro 12, 2002


Magritte

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 2:39:18 AM
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Quarta-feira, Setembro 11, 2002

Sua última crônica está enigmática e intensa. Pena não ter colocado no seu b log...
Escreva sempre - e entre no chat, pois já sinto saudades dos seus devaneios, chérie.

ESCRITO POR LEBRE DE MARÇO | 12:35:20 AM

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